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1999
Governo balança com crise econômica

No final de 98, os economistas alertavam que a crise das bolsas se estenderia ainda por longo tempo. A tempestade, que começara em julho de 97 na Tailândia, atingiu a Ásia inteira, chegou à Rússia e contaminou até a forte economia americana. No Brasil, atingiu em cheio as exportações e o déficit comercial. A vulnerabilidade cambial aumentou e a fiscal agravou-se com a lentidão da votação das reformas e do ajuste fiscal no Congresso.

Mas o maior golpe contra o governo veio mesmo de um antigo companheiro de Fernando Henrique, do homem que lhe deu condições de implantar o Real. O governador de Minas, Itamar Franco, decretou a moratória de seu estado. E a fuga de dólares alastrou-se. O presidente via sua credibilidade política se reduzir a cada dia - falava-se até em impeachment.

No meio do temporal econômico, o então presidente do Banco Central, Francisco Lopes, foi substituído pelo economista Armínio Fraga, um dos operadores do fundo de investimento do megaespeculador George Soros. O dólar continuou subindo - Fraga só seria empossado no cargo mais de 40 dias depois de sua indicação e o mercado mostrava nervosismo quanto à indefinição de rumos.

Dois meses depois de iniciar seu segundo mandato, o presidente era pressionado a reestruturar o organograma do governo, envolvendo mudanças nos ministérios e criação de novas secretarias para enxugar a estrutura do governo. Ao mesmo tempo, Fernando Henrique decidia acompanhar mais de perto a política econômica que, segundo ele, se ressentia da falta de uma liderança.

Nas pesquisas, a avaliação do desempenho do governo preocupava: em maio o índice de rejeição era de 51% e, em julho, passava a 53%. A aprovação passou de 15% para 12% no mesmo período. A pesquisa Vox Populi realizada em julho mostrava ainda que a população estava descontente com os desentendimentos na equipe do governo, mais fortes com a iminência de uma reforma ministerial. Só o Plano Real mantinha-se num bom nível de aprovação popular: numa escala de zero a cinco, obteve média de 2,46.

O novo ministério tomou posse no final de julho, reafirmando os compromissos de trabalhar pelo desenvolvimento econômico, aumento das exportações e combate ao desemprego. Num balanço de governo, Fernando Henrique lembrou que governo federal gastou R$ 19 bilhões para o pagamento da Previdência pública e mais R$ 20 bilhões para aposentadoria e pensões de trabalhadores do setor privado, via INSS. Ele lembrou que uma redução de 30% do déficit previdenciário garantiria uma economia de R$ 9 bilhões e permitiria a continuidade de várias ações.

Em setembro, o ministro de Desenvolvimento, Clóvis Carvalho, foi demitido depois de pressões insistentes das lideranças dos partidos aliados e do ministro da Fazenda, Pedro Malan, que se sentiu agredido por um discurso feito por Carvalho. Fernando Henrique considerou que não poderia aceitar a exposição pública de divergências internas do governo.

Uma maior preocupação com a área social e a prioridade dada à educação teve efeitos positivos nas pesquisas de popularidade do presidente, que vinham em queda desde março: no final do ano, subiu de 16% para 17%. E 68% acreditavam numa melhora da situação do País.

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Os 68 meses de administração de conflitos


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Atividade econômica cai, mas FHC se reelege

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1996
Governo inicia ano com 60% de aprovação

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