Rio- O salário do técnico mexicano Manuel Lapuente foi motivo de polêmica nesta segunda-feira na Colômbia.
"O espírito desportivo, que sempre foi sinônimo de amizade e união entre os povos, quase desapareceu por conta da dança dos milhões que domina o futebol atualmente" opinou o comentarista da rádio Caracol Pepe Dick Martínez. Ele disse ainda que não são poucos os desportistas que atuam de acordo com o quanto estão recebendo, sem demonstrar amor ou lealdade pela equipe que defendem.
Segundo o jornal mexicano El Universal, Lapuente recebe cerca de 180 mil dólares mensais, cifra classificada de exorbitante para o meio futebolístico colombiano. Martínez, no entanto, não censurou o treinador por cobrar tão caro.
"Enquanto estiver rodeado por jogadores que recebem quantias absurdas, ele tem todo o direito de querer receber um salário compatível com o de seus comandados. O chefe não pode jamais ganhar menos do que seus subalternos", acredita.
Para Jaime Orlando Torres, membro da Associação Colombiana de Redatores Esportivos, o poder do dinheiro está distanciando cada vez mais os povos. "Ao invés de diminuir, o esporte está aumentando a distância entre ricos e pobres", afirmou.
De acordo com a imprensa colombiana, o salário de Lapuente é muito superior ao do técnico da Colômbia Luis Augusto "Chiqui" García, cujo valor não foi revelado por motivos de segurança. Fontes extraoficiais, no entanto, informaram que Chiqui recebe por mês de 25 a 30 mil dólares.
- Mas um salário de 180 mil dólares é impensável, pelo menos em um meio pobre como o nosso - finalizou o repórter da Radio Deportes Felipe Zarruk.