Rio de Janeiro - Fotos antigas, documentos do colégio e depoimentos - que comprovem que o técnico da seleção Wanderley Luxemburgo não tem a idade descrita na sua identidade - são suficientes para o treinador ser acusado de crime de falsidade ideológica. Foi o que informou um fonte da Polícia Federal (PF), que instaurou um inquérito na segunda-feira para apurar o caso.
A Polícia Federal está rastreando todos os cartórios e outros locais onde possam ser encontrados documentos que revelem a idade de Luxemburgo. Ao comentar uma foto do treinador no colégio, publicada pelo jornal "O Globo", a fonte foi irônica. "Aquele garoto não tem cinco anos de idade, né?"
Um dos advogados de Luxemburgo, Michel Assef, também está levantando informações sobre a sua idade. Ao ser questionado sobre a idade do treinador, ele se esquivou. "Não tive a curiosidade de perguntar", disfarçou. Segundo Assef, o treinador da seleção admite que pode ter havido uma alteração de sua idade quando tinha doze anos.
O advogado garante que, se houve modificação, isto ocorreu quando ele era inimputável por ser menor. Mas a fonte da PF lembra que Luxemburgo confirmou a data de nascimento como sendo 1945 ao tirar o passaporte, o que caracteriza crime. "Ele é responsável pelas informações que fornece", explicou a fonte.
Na sua identidade Luxemburgo tem 45 anos, com data de nascimento em 1945. No entanto, em entrevista à Revista "Época", o treinador afirmou que tem 48 anos, ou seja, teria nascido em 1942. Antes de viajar para Sydney, ele prestou depoimento à PF confirmando que tem 45 anos.