Porto Alegre - Marinho não é mais o mesmo. O jogador seguro do primeiro semestre enfrenta uma profunda crise técnica e tem comprometido seriamente o sistema defensivo do Grêmio.
As causas para a fase ruim do melhor zagueiro do Brasileiro de 1999 ainda são desconhecidas. Mas vai arrumar um inimigo quem supor que Marinho esteja vivendo problemas particulares.
No primeiro semestre, ele foi o único dos reforços a passar pelo crivo rigoroso da torcida. Enquanto jogadores trazidos para o Olímpico por milhões de dólares fracassavam, a mais modesta das contratações dava conta do recado como titular e empolgava por sua seriedade e precisão. Era aplaudido até mesmo quando apelava para os balões na hora de espantar o perigo.
Bastou o Campeonato Nacional começar para que as dificuldades técnicas surgissem. De um momento para outro, Marinho passou a apresentar sérios problemas de posicionamento. Hoje, é raro não vê-lo falhar nos gols sofridos pelo time na competição. Daí para as especulações sobre problemas particulares foi só um passo. Uma hipótese que nem mesmo a diretoria nega com veemência. Irritado, o zagueiro ameaçou ontem não dar mais entrevistas se esse tipo de assunto continuar sendo abordado.
´´No Guarani era assim também. Quando eu atravessava má fase, logo inventavam um monte de besteiras´´, reclamou.
Marinho, no entanto, não se acha injustiçado. Nem se queixa da falta de uma cobertura mais eficiente na frente da área. Admite até perder a posição de titular.
Um risco que, a rigor, ele não corre. Ontem, Celso Roth chegou a lembrar que, na vitória sobre o Corinthians, no Morumbi, Marinho foi o melhor em campo. Os problemas, avalia o técnico, serão superados com a seqüência de partidas. A volta de Nenê, praticamente garantida para o jogo de quinta-feira, contra o América-MG, no lugar de Fabrício, é o primeiro passo para que a zaga volte a ser o setor mais confiável do time. E deve ser a única alteração na equipe.