Rio - A derrota para o Bahia abalou as estruturas de São Januário. Conhecido por ser um clube onde os técnico normalmente têm estabilidade em seus empregos, o Vasco está em estado de alerta. Um resultado ruim contra o Fluminense pode ser fatal para o técnico Oswaldo de Oliveira.
O presidente do clube, Antônio Soares Calçada, é o primeiro a cobrar resultados e não esconde a insatisfação com o desempenho da equipe tanto na Copa João Havelange quanto na Copa Mercosul. Por isso, não garante a permanência do treinador no cargo caso o Vasco não volte logo a vencer e convencer a diretoria e os torcedores.
“Futebol realmente é resultado. Espero que a comissão técnica esteja vendo a situação da mesma forma que nós, pois o time não está rendendo o que pode”, disse Calçada. “Vamos aguardar. Não estou indignado, mas tenho de cobrar resultados. Se eu não fizer isso, não precisa ter alguém no comando do time.”
O presidente não aceita a justificativa de que o time enfrentou uma maratona de jogos na semana passada, quando enfrentou na terça-feira o Atlético Paranaense; na quinta-feira o Peñarol (ambas em São Januário) e no domingo o Bahia, na Fonte Nova, em Salvador.
“Todos os times enfrentam maratonas. O jogador de futebol só faz isso na vida. Se as pessoas trabalham todos os dias, por que ele não pode entrar em campo duas vezes por semana?”, falou Calçada.
Sem saber das declarações do presidente do Vasco, o técnico Oswaldo de Oliveira chegou ontem ao Rio junto com parte da delegação que estava em Salvador – Clébson e Júnior Baiano ficaram em Salvador, Viola seguiu para São Paulo e Euller para Belo Horizonte – tentando aparentar tranqüilidade. E usou a justificativa da maratona de jogos, já rechaçada por Calçada.
“Nós já sabíamos que essa fase seria dura. Nesta competição temos mais 13 jogos e podemos nos recuperar. A atuação contra o Bahia foi atípica, mas são coisas do futebol. Nem sempre se joga tão mal, nem sempre se joga tão bem”, falou o treinador vascaíno.
Oswaldo diz que espera que o Vasco não tenha outra atuação tão ruim como a de domingo. E já admite que pode fazer mudanças no time. Depois do jogo, o zagueiro Júnior Baiano disse que faltava vergonha na cara de alguns jogadores e que era preciso mudar o time. O técnico não chega a polemizar assim, mas reconhece que estuda a possibilidade de alterar a formação da equipe que vem jogando.
“Cada um tem a sua opinião, não vou entrar nos méritos dos comentários. Mas, como estamos vindo de um resultado ruim, é normal que eu pense em alterações. Mas nada foi decidido ainda. Vamos estudar isso até o jogo contra o Fluminense”, falou Oswaldo.