Sydney - Somente um atleta experiente sabe o que é voltar para casa sozinho de táxi, totalmente desmoralizado depois de uma campanha olímpica fracassada.
Medalha de ouro em Barcelona-92, Tande sentiu o amargo gosto da derrota quando sua equipe decepcionou o Brasil ao não conquistar nem mesmo o bronze nos Jogos de Atlanta em 1996.
"Quando conquistamos o ouro em Barcelona éramos todos uns meninos. Eu tinha 22 anos. Aconteceu tudo muito rápido, o sucesso, o dinheiro. Isso mexe com a sua cabeça", disse ele. "Quatro anos depois, porém, voltamos desmoralizados, sem medalha alguma. Antes, chegávamos ao aeroporto como celebridades. Quando voltamos de Atlanta, nem minha família foi me esperar no aeroporto. Peguei um táxi e fui embora sozinho para casa. Acho que aprendi muito", completou.
A possibilidade de voltar às quadras com a equipe olímpica em Sydney, porém, deu ao jogador uma injeção de ânimo.
"É uma alegria muito grande. Estou me sentindo como um menino. E acho que é isso que posso passar para a nova geração", disse Tande após um jogo-treino na quinta-feira.
Tande é um ídolo para novatos e também para a mais recente estrela do time, o jovem Dante, de apenas 19 anos. Ele acredita que a sua experiência acumulada nos últimos anos pode ajudar na campanha brasileira em Sydney.
Seu ânimo é tal que até mesmo a lombalgia que lhe atacou as costas em agosto não o incomoda mais. Com três hérnias de disco na coluna, Tande tem feito fisioterapia e sessões especiais de aquecimento em separado do grupo, mas está confiante em relação a seu desempenho durante os Jogos.
"Já não sinto dor e o trabalho dos médicos foi excelente. Estou pronto", disse a estrela olímpica.