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Borges diz que não vai parar
Sábado, 16 Setembro de 2000, 15h21

Sydney - Depois da conquista da medalha de bronze no revezamento 4x100m livre, Gustavo Borges se mostrava aliviado. O maior medalhista brasileiro em Olimpíadas disse que ainda não pensa em parar.

Pergunta: Qual a sensação de ganhar mais uma medalha?
Borges:
É mais uma para a coleção, né (risos)? Nós treinamos bastante, superamos um monte de adversidades nesse finalzinho da preparação e chegamos ao bronze. Não tem como descrever esse momento. Eu estou até rouco.

Essa é sua quarta medalha em Olimpíadas. Como é ser o maior medalhista olímpico brasileiro?
Borges:
É a quarta medalha, mas essa vale ouro. Nós batalhamos muito pra isso, foi uma prova em que seria decidida pau-a-pau. Nós sabíamos que haveria uma grande briga no finalzinho. Mas conseguimos superar tudo e levamos o bronze. Estou feliz por tudo isso.

A mudança na ordem do revezamento foi idéia sua? Ela foi fundamental para a conquista da medalha?
Borges:
Não, foi uma decisão do grupo e da comissão técnica. Se você reparar bem a Austrália e os EUA estavam bem na frente. Nós sabíamos que a briga seria atrás, com Alemanha, Suécia, Rússia e Holanda. A Holanda foi desclassificada e saiu da briga, mas mesmo assim nós tínhamos que sair na frente para deixar uma margem para o Jayme e para o Edvaldo, dando a eles a chance de manter a vantagem em cima dos outros. Cada um tinha que nadar perfeitamente, e foi o que aconteceu.

Você acha que se você fechasse a prova o resultado poderia ter sido outro?
Borges:
Talvez, mas fica difícil dizer porque as circunstâncias seriam completamente diferentes. Talvez eu ficasse um pouco atrás e tivesse que buscar o resultado, tivesse que resolver. É melhor a gente sair junto e ficar na briga o tempo todo, ao invés de botar o mais fraco, no caso o Jayme, em segundo. Isso faria com que eles abrissem um pouco, já que a formação de todas as equipes foi colocar os dois mais velozes em primeiro e segundo. Nós fizemos a mesma coisa porque sabíamos que seria assim com o resto do pessoal. Ninguém queria ficar para trás.

A equipe esperava a recuperação do Valério no fim?
Borges:
A gente sabia que todas as equipes partiriam com os nadadores mais velozes na frente e o Edvaldo seria importante para fechar, já que ele cairia ou junto ou um pouco atrás. Na frente seria difícil ele cair, até porque nós achávamos que a Rússia daria um pouco mais de trabalho.

Agora, com quatro medalhas, o Torben Grael é que tem que correr atrás da sua marca, não?
Borges:
Tomara. Se Deus quiser haverá bons ventos para a equipe de iatismo e ele conseguirá igualar a minha marca. Eu saí na frente, mas torço muito por ele e por toda a equipe olímpica. Ainda tem muito chão pela frente.

O que você acha que deve ser feito para que a natação continue a trazer medalhas para o Brasil?
Borges:
Continuar fazendo um trabalho bem-feito. Nós começamos com o pé direito, mas agora vem a prova dos 100m livre, que é a minha prova principal e que está muito difícil. Eu e o Fernando (Scherer) temos que entrar com uma mentalidade vencedora para que possamos estar em mais uma final e disputar mais uma medalha.

O começo foi perfeito para você?
Borges:
Sem dúvida. Começamos mais uma vez com uma medalha no primeiro dia, e nós esperamos que isso desencadeie uma onda de bons resultados. Os fundistas do Brasil estão muito bem encaminhados, principalmente o Luiz Lima nos 1500m, que é uma esperança forte de presença na final e, quem sabe, de mais uma medalha.

Em que momento você percebeu que a medalha estaria ganha?
Borges:
Para nós disputarmos o bronze, teríamos que nadar junto com as equipes que eram em tese as nossas rivais diretas. Os principais momentos eram a hora em que eu entregasse pra o Jayme e na hora em que o Valério caísse. Quando eu vi o quadro que estava desenhado, eu percebi que nós tínhamos uma grande chance de pegar o bronze, já que todos os outros haviam colocados seus melhores atletas na frente. Como o Edvaldo está num nível superior aos demais fechadores dos revezamentos, nós baseamos nossa estratégia nisso sabendo que dessa forma seria possível ganhar a medalha. Quando ele caiu na água em quinto, nós, sabendo que ele tem uma recuperação excelente, passamos a encarar o bronze como uma possibilidade real.

Com o recorde de medalhas conquistado você considera sua participação em Olimpíadas encerrada?
Borges:
Não, a medalha é uma conseqüência e vem uma de cada vez. Tenho agora que dar uma acalmada, botar a cabeça no lugar e pensar em estar na final dos 100m livre. Se chegar lá, penso em medalha. Se não chegar, paciência, não deu. O importante é que, onde quer que eu pare com a minha carreira, eu vou me despedir com muito orgulho. Independente de ter uma ou 100 medalhas, o que eu consegui foi fruto de muito trabalho e esforço e do apoio de muita gente, e eu só posso me orgulhar disso.

O que aconteceu com a Austrália? Quatro recordes mundiais em quatro finais é uma conquista considerável, não? Como você explica isso?
Borges:
Acho que eles descobriram uma fórmula mágica. Tudo deu certo, e o Michael Klim ainda bateu o recorde mundial dos 100m livre na saída dos revezamento. Hoje a natação atingiu níveis altíssimos de profissionalismo e treinamento. O negócio é treinar e pagar o preço do resultado, que muitas vezes é alto demais. Muito pouca gente sabe o preço que um atleta paga para estar entre os 10.000 que vêm pra cá, depois para estar entre os oito finalistas e por último para estar no pódio.

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