Sydney - O velejador Robert Scheidt, uma das maiores esperanças de medalha de ouro para o Brasil nos Jogos de Sydney, entra nesta terça-feira nas águas de Homebush Bay, por volta das 22 horas (horário de Brasília). Ele vai disputar a primeira regata da classe Laser e terá a árdua tarefa de defender o título conquistado na Olimpíada passada, em Atlanta.
Para alcançar seu objetivo, Scheidt espera uma ajuda dos céus. Quanto mais vento, melhor para o brasileiro, que costuma dizer que ventos fracos aumentam as chances de zebras na prova. Além dele, o inglês Ben Ainslie, prata em Atlanta, e o sueco Kalle Suneson, líder do ranking mundial da categoria, estão cotados.
Outro favorito é o australiano Micheal Blackburn, que treina há seis meses nas raias da Bacia de Sydney. Esta deverá ser a última chance olímpica de Blackburn, pelo menos na classe Laser. A revelação polonesa Maciej Grabowski, de apenas 20 anos, também pode surpreender.
Os velejadores costumam treinar juntos, pois não há muito o que esconder. Os barcos da Laser são iguais para todos os 46 competidores, porque foram fornecidos pela organização olímpica.
O favoritismo de Scheidt não é destacado apenas pela imprensa brasileira. A revista norte-americana Sports Illustrated apontou o velejador como o "virtual" ganhador da medalha de ouro na classe Laser. Para o tenista Gustavo Kuerten, Scheidt é mais favorito ao pódio do que ele. "O Robert Scheidt é o Pete Sampras do iatismo", brincou Guga, durante um dos treinos em Sydney.
As palavras do tenista têm um fundo de verdade. Scheidt é tetracampeão mundial da Laser, além de atual medalhista de ouro olímpico. Profissional desde os 17 anos, o velejador começou a carreira brilhando em inúmeros campeonatos brasileiros e sul-americanos.