São Paulo - A equipe McLaren concentrará sua atenção no finlandês Mika Hakkinen nas três etapas que restam para o encerramento da temporada, contrariamente a sua filosofia de não privilegiar um ou outro piloto. A informação foi dada por Juergen Hubbert, diretor da Daimler Chrysler, do grupo Mercedes.
"David Coulthard terá de assumir o papel de trabalhar para Hakkinen ser campeão", afirmou o dirigente.
Apesar de matematicamente o escocês ter ainda chances de ficar com o título, a direção da Mercedes, sócia majoritária da McLaren, decidiu não correr riscos além dos normais e apoiar o finlandês, bicampeão do mundo. Coulthard está em terceiro na classificação, com 61 pontos, e Hakkinen lidera o Mundial de Pilotos com 80. Michael Schumacher, da Ferrari, ocupa a segunda colocação, com 78.
Coulthard poderia chegar a 91 se vencesse as provas dos Estados Unidos, domingo em Indianápolis, do Japão, dia 8, e da Malásia, dia 22 de outubro. Mas nem ele próprio acredita nisso.
"O abandono em Monza me tirou da luta pelo título, devo pensar agora na próxima temporada", declarou. Coulthard acabou envolvido no acidente da largada no GP da Itália.
O trabalho de Rubens Barrichello e David Coulthard no sentido de facilitar a conquista do campeonato por Michael Schumacher e Mika Hakkinen será uma atração à parte nessa fase final do Mundial. Em 1997, Eddie Irvine, companheiro de Schumacher na Ferrari, foi decisivo para o alemão vencer no Japão e chegar em Jerez de la Frontera, última corrida do ano, com boas chances de ser campeão. Schumacher acabou fazendo um papelão ao tentar colocar Jacques Villeneuve, da Williams, para fora da pista.
No GP da Malásia do ano passado, os papéis se inverteram: Schumacher entregou de presente a vitória para Irvine, que lutava com Mika Hakkinen pelo título. O norte-irlandês se apresentou para a etapa de Suzuka, última do campeonato, com enormes possibilidades de quebrar o jejum de 20 anos sem título de pilotos da Ferrari. Hakkinen foi mais competente que todos, venceu e tornou-se bicampeão. Esses exemplos dão bem a idéia da importância de contar com um companheiro orientado a trabalhar em equipe.
Nesta terça-feira a Jaguar expôs o seu modelo R1 em plena Times Square, no coração de Manhattan, centro de Nova York. Fosse realizado um levantamento dentre as pessoas que viam o carro, para se saber se elas sabiam a qual categoria ele pertence, certamente a porcentagem de indivíduos que acertaria deixaria Tony George, promotor do GP dos EUA, domingo em Indianápolis, assustado. Quase ninguém nos Estados Unidos conhece a Fórmula 1. Agora, no circuito mais popular da nação, apoiada por um plano de mídia impressionante, o Mundial deve começar a tornar-se mais popular.