Santos - O Santos enfrenta o Flamengo às 15h45 deste sábado no Maracanã, longe, portanto, de sua torcida. Esse fato deve dar mais tranqüilidade aos jogadores, especialmente Dodô, que se desentendeu com torcedores quarta-feira, na Vila Belmiro. Nesta sexta-feira o atacante treinou normalmente e, depois, comentou com os jornalistas que não admitiu as vaias que recebeu: "quando estou jogando mal e sou vaiado, não falo nada e acho normal, mas no último jogo estava bem, ajudando a equipe, e os torcedores pegaram no meu pé desde o início".
Ele esclareceu que seu comentário de que "não dá para jogar no Santos", feito logo que foi substituído no jogo contra o Atlético-PR nada tinha a ver com a decisão do técnico Giba em trocá-lo por Júlio César.
"Eu estava nervoso e podia até ser expulso", comentou, lembrando que já tinha tomado um cartão amarelo, coisa rara em sua carreira. Dodô entendeu as vaias como pessoais e reclamou: "como estava jogando bem e fui vaiado desde o início da partida, só pode ser coisa pessoal e isso não é bom", disse, justificando seu comportamento: "não tenho sangue de barata".
Dodô acha que o incidente não terá desdobramentos. "Vou continuar jogando como estou fazendo e ajudando o time, nas não admitirei vaias quando estiver bem dentro de campo". Como o Santos joga neste sábado no Maracanã e só voltará a jogar na Vila Belmiro dia 7 de outubro, contra a Ponte Preta. Até lá, os jogadores, e especialmente Dodô, esperam que a crise tenha passado.
O jogo - O técnico Giba só irá fazer duas alterações no time que enfrenta o Flamengo. Michel será o lateral-direito, substituindo Wellington. Como Carlos Germano será poupado dessa partida, Pitarelli continuará no gol santista. Robert, que cumpriu suspensão automática, retomará a sua condição de titular.
"Tem tudo para ser um dos melhores jogos do campeonato", previu o treinador santista, já que as duas equipes fizeram grandes investimentos para essa temporada. "O Flamengo está bem reforçado", comentou Giba, lembrando que nos dois confrontos entre os dois times este ano, o Santos deu duas goleadas no adversário (4 a 0 no Maracanã e 4 a 2 na Vila Belmiro). "Isso, entretanto, não tem qualquer significado, já passou, e essa partida vai ser completamente diferente. O Flamengo tem agora o Edilson e o Gamarra e o time está muito melhor entrosado".
Mesmo com todas as dificuldades que espera enfrentar, Giba confia numa vitória e baseia-se no retrospecto de sua carreira de jogador e técnico. "No Maracanã é necessário atuar de forma agrupada, compacta. As dimensões do gramado são grandes e por isso não dá para marcar na frente. Nem os times cariocas fazem isso”, disse o treinador.
"Eu só perdi uma partida lá no início deste campeonato, contra o Fluminense". Para o volante Rincón, a estréia de Gamarra reforça o adversário, mas não assusta. "Vamos tentar tirar proveito da falta de entrosamento, que é natural numa estréia".
Rincón entende que o fato de seu time ocupar a liderança do campeonato dá mais tranqüilidade ao grupo, "mas também mais responsabilidade".