Sydney – O tenista brasileiro Gustavo Kuerten acha que conseguiu jogar seu melhor tênis no segundo set da partida na qual venceu o croata Ivan Ljubicic por 7/6 e 6/3, neste sábado, pelos Jogos Olímpicos. Agora ele espera o vencedor do jogo entre Yevgeny Kafelnikov e Mark Philippoussis para a disputa das quartas-de-final.
``Atuei com perfeição no segundo set e terminei jogando o que eu quero jogar na próxima fase,'' disse o brasileiro.
Guga exibiu um tênis exemplar tanto nos saques, 10 aces, quanto nas passadas, 25. Teve ainda o requinte de matar 75 por cento dos pontos que decidiu na rede, praticando várias jogadas de saque e voleio, ideais para a quadra dura e eventualmente para um confronto contra Philippoussis.
Só no final do primeiro set o tenista brasileiro exibiu algum tipo de fraqueza. Ele se irritou com o juiz quando o árbitro deu um de seus saques como fora em um game com o qual o brasileiro poderia fechar o jogo em 6/4.
Ljubicic acabou devolvendo a quebra de serviço que Guga lhe havia imposto antes para levar o set ao tie-break.
``Não cheguei a me desconcentrar, mas fiquei bravo porque o cara (juiz) vinha usando a máquina (ciclope, equipamento que detecta as bolas fora) e naquele ponto resolveu cantar da cadeira o saque fora. Logo depois, porém, me controlei de novo,'' disse o brasileiro.
``O jogo dele caiu quando eu devolvi a quebra no primeiro set. Não tive sorte porque não consegui encaixar o meu primeiro serviço no tie-break,'' falou Ljubicic.
``Ganhei um tie-break, o que foi muito bom para esse tipo de competição,'' disse Kuerten. Guga abriu 4 a 0 na decisão do primeiro set e depois apenas administrou o tie-break.
Kuerten mostrou ter administrado muito bem a parte psicológica da derrota no jogo de duplas. ``Fiquei mais triste pelo Jaime na verdade. Ele não teve a chance de mostrar bem o que estava jogando,'' falou. ``Agora tenho um só objetivo, que é a medalha nas simples. Posso estar sempre mais concentrado, o que é muito bom nesse tipo de competição'', falou o brasileiro, desmentido boatos de que rasparia o cabelo como maneira de mostrar seu compromisso com a medalha.
``Que é isso cara? Meu cabelo me dá força. Foi o pessoal da imprensa que inventou essa história. Kojac não dá, prefiro continuar Estopa'', disse o tenista, citando o apelido que recebeu do time de vôlei masculino e pelo qual vem sendo tratado pelos atletas brasileiros na Vila Olímpica.