Gold Coast - A despedida do técnico Wanderley Luxemburgo da Austrália foi marcada por muita tensão e especulações sobre a sua cada vez mais provável demissão da seleção brasileira, como conseqüência direta da desastrosa campanha da equipe no torneio de futebol masculino da Olimpíada - o Brasil foi eliminado nas quartas-de-final, pelo inexpressivo time de Camarões. Num rápido comunicado à imprensa, o treinador garantiu, porém, que recebeu o apoio do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, para continuar no cargo até o Mundial de 2002.
O dirigente esteve na noite de sábado reunido com Luxemburgo e todos os jogadores no restaurante do Hotel Royal Pines Resort, em Gold Coast, e teria realmente prometido manter a comissão técnica. "Ele se disse envergonhado pelo que aconteceu no jogo com Camarões, mas garantiu que não haverá pressão suficiente para fazê-lo mudar de idéia", contou o preparador físico Antonio Mello. Teixeira recusou-se a dar entrevistas e seguiu na madrugada de domingo para Canberra, de onde viajaria para Sydney.
Ele não deveria voltar com a delegação para o Brasil. Suas declarações diante da comissão técnica podem ser interpretadas como uma maneira de atenuar a angústia de Luxemburgo e dos atletas pela desclassificação.
O treinador passou o último dia em Gold Coast ao lado de auxiliares mais próximos, como o consultor Candinho e o administrador Mauro Félix e do assessor de Imprensa da CBF, Carlos Lemos. Isolou-se em alguns momentos nos jardins do hotel para atender a chamadas telefônicas.
Ainda nervoso com a indefinição, ressaltou, pouco depois, que dia 3 de outubro estará se juntando no Rio ao grupo que vai enfrentar a Venezuela, dia 8, pelas eliminatórias do Mundial. Essa hipótese não pode ser descartada.