Rio - A romena Andreea Raducan, ganhadora de duas
medalhas de ouro e uma de prata nas Olimpíadas de Sydney, está sob
investigação após terem sido encontrados indícios de doping no seu teste,
segundo divulgou nesta segunda-feira o site da CNN.
A junta médica do Comitê
Olímpico Internacional informou à delegação romena que o teste da ginasta
mostrou sinais positivos de efedrina, estimulante proibido para o uso dos
atletas.
Comparada à lenda romena dos Jogos Olímpicos de Montreal, Nadia Comaneci,
por ter ganho o ouro em duas das provas de mais prestígio das Olimpíadas - a
competição de ginástica por equipes e geral para mulheres - Raducan pode até
perder as medalhas. Comaneci ficou famosa por ter sido a primeira ginasta da
história a conseguir uma nota 10.
O presidente da Federação Internacional de Ginástica, Bruno Grandi, disse
que uma importante atleta romena estava sendo investigada, mas se recusou a
confirmar se esta seria Raducan. Grandi afirmou que o médico-chefe da
Federação está solicitando a prova "B" para que haja a confirmação da
suspeita, já que um atleta não pode ser desclassificado por doping baseado
somente na prova "A".
"Não estou certo do que se trata a acusação e qual a substância envolvida,
mas a Federação romena já enviou um protesto afirmando que a acusação não
pode ser verdadeira", declarou o dirigente.
A comissão antidopagem enviará um comunicado aos executivos do COI nesta
terça-feira e caberá a eles decidir, em caso de resultado positivo, que
posição o Comitê tomará com relação ao caso, o que pode incluir a retomada
das medalhas e a expulsão dos Jogos Olímpicos. Esta seria a primeira
expulsão de uma ginasta na história das Olimpíadas por acusação de doping.
A ginasta romena fez um teste com resultado negativo depois de vencer a
prova individual feminina. Depois de ficar em segundo na competição da
trave, ela foi submetida a outro teste, este sim o causador de toda a
polêmica. A secretária da Associação Romena de Ginástica, Dana Encutescu,
não escondeu a sua indignação com a suspeita. "Andreea Raducan é uma criança inocente. Ela não seria capaz de fazer uma
coisa absurda como um doping", disse.
A efedrina, que o COI lista como substância proibida, pode ser encontrada em
descongestionantes nasais e é estimulante do sistema nervoso central. É a
mesma substância que tirou o jogador Diego Maradona da Copa do Mundo de 94,
nos Estados Unidos. "Todos sabem que esta substância é proibida. A única explicação para um
caso de doping involuntário com essa substância seria algum tipo de erro
infantil", afirmou Patrick Shamasch, diretor-médico do COI, sem confirmar o
caso de Raducan.