Sydeney - A nova geração do basquete feminino brasileiro alcançou a maturidade na sua primeira participação em Olimpíadas ao garantir a medalha de bronze com uma vitória sobre a Coréia do Sul por 84 a 73, na prorrogação.
O Brasil disputou sete partidas e conseguiu quatro vitórias. Na disputa pelo bronze, as meninas só acertaram a mão quando faltavam quatro minutos para o término do tempo normal. Até então, brasileiras e corenas estavam errando muito, com ligeira vantagem para a Coréia. A reação do Brasil veio quando a Coréia teve que substituir três jogadoras por excesso de faltas.
Helen, Claudinha, Janeth, Marta e Alessandra confirmaram a formação ideal, quando as bolas de três pontos começaram a entrar (42,9% de acerto). Janeth, a cestinha do jogo, acabou com as coreanas com seus arremessos. Ela fez 28 pontos, acertando 69% dos arremessos e 83,3% dos lances livres.
"Eu estava bem, jogando com muita confiança no segundo tempo, por isso não tive problemas em definir a maioria das jogadas de ataque. Voltei forte para a segunda etapa e acho que consegui passar essa força para as meninas, pois ficava o tempo todo gritando para elas que essa medalha era nossa", disse Janeth, a nova rainha do basquete brasileiro.
"O mérito do time nesta campanha foi ter superado, ao longo do torneio, as derrotas para a França e o Canadá em jogos que estavam ganhos. O grupo se reergueu na partida contra a Rússia. O segredo da medalha está na união do grupo, que fechou em torno da Janeth, uma jogadora que faz e não anuncia em jornal", desabafou o técnico Antônio Carlos Barbosa.
O Brasil errou muito no primeiro tempo e na primeira metade da segunda etapa, mas não deixou de mostrar concentração na fase final. Com 2min24s para terminar, Alessandra errou dois lances livres com a Coréia na frente do placar. Quando faltavam 1min33s, o Brasil finalmente virou a partida para 63 a 61, ampliando a vantagem para três pontos a 18s4 para o fim.
"Só não podemos deixar elas chutarem de três pontos", gritou o técnico Barbosa. Mas foi exatamente o que ocorreu. Nos segundos finais, um arremesso coreano de três pontos empatou a partida e incendiou a torcida.
"Na prorrogação, mostramos que o Brasil não está morto para o basquete. Não ficamos nervosas. Quem quer uma medalha tem que ter frieza e determinação. Tem que lutar e correr atrás. Foi isso que nós fizemos. Corremos atrás", exultou Alessandra.
Por sua vez, Martha lembrou o objetivo da seleção ao vibrar com o bronze: "Não viemos aqui para ser sexto ou sétimo colocados. Viemos aqui buscar uma medalha."