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Australianos querem manter campanha em Atenas-2004
Terça-feira, 03 Outubro de 2000, 00h53

Sydney - Um dia depois do encerramento da Olimpíada de 2000, a Austrália já pensa na próxima. Com 58 medalhas (16 de ouro) e a quarta colocação geral, os australianos querem manter e melhorar o que conseguiram.

Para isso, o presidente do Comitê Olímpico Australiano, John Coates, convenceu o governo a não cortar o orçamento do Olympic Athletes Program, que ajudou a formar atletas de ponta como o nadador Ian Thorpe e a jogadora de basquete Lauren Jackson.

Foram investidos A$ 135 milhões (cerca de US$ 73 milhões) em sete anos. "Quando esses recursos terminarem, teremos uma verba adicional", afirmou Coates. "Queremos manter uma delegação de 500 a 525 atletas para Atenas."

Durante a Olimpíada, houve rumores de que a verba seria cortada. O sucesso dos Jogos e a reclamação de atletas famosos fortaleceram os argumentos do comitê australiano. Jay Taurima, por exemplo, prata no salto em distância, criticou abertamente a intenção do governo de reduzir a verba para o programa esportivo. Com esse dinheiro, que deve durar até dezembro, os atletas ganharam bolsas para morar e treinar nos centros de treinamentos por quatro anos.

Depois de conversar com os ministros, Coates fez questão de dar a boa nova. "A verba pode diminuir um pouco este ano, mas será aumentada já em 2001", garantiu Coates. Segundo ele, o programa receberá A$ 13 milhões (US$ 7 milhões) a menos em 2000. A partir de 2001, porém, serão destinados A$ 26 milhões (US$ 14 milhões) anuais, mais do que os A$ 20 milhões (perto de US$ 11 milhões) atuais.

Tranqüilidade - A origem dos recursos não parece ser problema. Só de direitos de marketing, de transmissão e da venda de ingressos, o comitê australiano deverá receber A$ 160 milhões (cerca de US$ 86,5 milhões). O êxito dos Jogos foi a maior garantia de que o investimento no esporte valeu cada centavo. Havia uma preocupação geral com os A$ 7 bilhões (cerca de US$ 3,8 bilhões) gastos em obras e infra-estrutura.

O premiê Bob Carr, entretanto, tratou de tranqüilizar a população. "Os Jogos já foram pagos." Mais do que pagos, os Jogos parecem ter servido para impulsionar o turismo e novas possibilidades de investimento no Parque Olímpico. Segundo o comitê organizador, a herança deixada é de A$ 10,5 bilhões (cerca de US$ 5,7 bilhões) em facilidades e turismo. A maior parte das instalações será mantida. O Estádio Olímpico terá sua capacidade reduzida de 110 mil para 80 mil espectadores, mas já está até negociado. A partir de 2001, será administrado pela Australian Football League (AFL), encarregada de organizar o campeonato nacional. Enquanto a AFL não assume, todo o espaço publicitário já foi vendido por conta dos eventos marcados para esse período.

O Parque Aquático será reduzido de 18 mil para 8 mil pessoas e passará a ser utilizado pela comunidade. A previsão é de que, com a projeção ganha nas Olimpíadas, receba 1,5 milhão de visitantes por ano.

O turismo deve ser o setor mais beneficiado, com aumento no fluxo de 4,8 milhões para 5 milhões em 2001. Não há pressa com os dividendos olímpicos - os benefícios de captação foram programados para 20 anos e não 20 dias. Ao que parece, a Olimpíada de Sydney ainda vai render muito.

O Estado de S. Paulo

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