Rio - A demissão do técnico Wanderley Luxemburgo parece
ter abatido os jogadores que vinham atuando na Seleção Brasileira há mais
tempo. O principal exemplo disso é o lateral-direito Cafu, que admitiu nesta
quinta-feira que os jogadores não esperavam a decisão do presidente da CBF,
Ricardo Teixeira. “ Estamos chateados, pois essa decisão nos pegou de calça curta e, além
disso, éramos amigos de Wanderley. Tenho certeza de que ele vai conseguir
resolver todos os seus problemas particulares”, afirmou Cafu.
Já o zagueiro Antônio Carlos também lamentou a saída de Wanderley, mas foi
mais pragmático em relação à situação atual da equipe. “Temos que viver a realidade do futebol brasileiro. A Seleção é como os
clubes e pode mudar de treinador a qualquer hora. Vamos esperar a chegada do
novo técnico para dar continuidade ao trabalho. Eu me dei bem com todos os
treinadores com quem trabalhei, inclusive com o Candinho, no Corinthians.”
No entanto, não existe a possibilidade de Candinho continuar na Seleção após
a partida contra a Venezuela, no domingo, em Maracaibo, pelas Eliminatórias.
Ele confidenciou que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, chegou a propor
que ele continuasse como treinador caso o Brasil vencesse e o dirigente
ainda não tivesse escolhido um nome para o cargo.
Candinho disse que se sentiu lisonjeado, mas recusou a proposta por
considerar que seria uma traição a Wanderley Luxemburgo, com quem trabalhou
e a quem considera um amigo íntimo.
O dirigente vai anunciar a nova comissão técnica logo após a partida contra
a Venezuela, possivelmente na segunda-feira. O diretor técnico Marcos Moura
Teixeira voltará a ser supervisor, cargo que já exercia antes da chegada de
Wanderley. Alguns profissionais deverão ser aproveitados, como o
fisiologista Renato Lotulfo, o preparador de goleiros Paulo César Gusmão, o
massagista Jorginho e um dos médicos, Joaquim Grava ou José Luís Runco.
De acordo com a nova estrutura, haverá um coordenador técnico, um treinador,
um assistente técnico e os preparadores físicos. Os nomes mais cotados para
as duas primeiras funções são os de Carlos Alberto Parreira e Levir Culpi,
respectivamente. O preparador físico Antônio Mello deve deixar a Seleção, já
que o técnico escolhido indicará um profissional, e a psicóloga Suzi Fleury
já pediu seu desligamento da CBF.