Porto Alegre - Desde que o sul-africano Jody Scheckter venceu o GP da Itália de 1979 e deu à Ferrari seu último título mundial, nunca os italianos tiveram chance tão grande de comemorar a conquista de outro campeonato.
Com oito pontos de vantagem sobre Mika Hakkinen, da McLaren, Michael Schumacher busca seu terceiro título na Fórmula 1. O GP do Japão começa às 3h30min (horário de Brasília), da madrugada de sábado para domingo.
A luta promete ser dura, como foram as três últimas edições do Mundial. Em todas elas a Ferrari perdeu nas provas decisivas. Schumacher viu Jacques Villeneuve, da Williams, ser campeão em 1997, na Espanha, e depois não teve como evitar em 1998 o título de Hakkinen, no GP do Japão. No ano passado, o finlandês da McLaren demonstrou enorme competência ao reverter uma vantagem de quatro pontos a favor de Eddie Irvine, companheiro de Schumacher, também no Japão, e ficar com o bicampeonato.
"A Ferrari é outra hoje. Se chegamos à última etapa do Mundial, nesses anos todos, podendo lutar pelo título, é porque muita coisa mudou na equipe e estamos no caminho certo", avalia Schumacher. "Nosso carro se adaptou maravilhosamente bem aos novos pneus. O trabalho feito em Mugello, na semana passada, está sendo muito útil aqui em Suzuka, circuito semelhante ao nosso."
O alemão é só confiança, embora não entre no clima do já ganhou. "Até que matematicamente tenhamos uma definição, nada de festa. Tenho experiência suficiente para acreditar que tudo pode mudar de uma hora para outra na F-1", disse.
Conforme já dissera na quinta-feira, Mika Hakkinen recorreu ao passado para projetar a prova desta madrugada. "Esta é uma das minhas pistas favoritas, além de a McLaren em geral se dar muito bem aqui", lembrou Hakkinen.
Ele venceu as duas últimas edições do GP do Japão e conquistou dois títulos seguidos. Apesar de ter reclamado bastante do carro, nos primeiros treinos em Suzuka, Hakkinen não demonstra preocupação. "Não vejo motivo para não sermos competitivos na corrida", disse.
O finlandês evitou entrar na polêmica de que a Bridgestone poderia estar favorecendo a Ferrari por oferecer a todas equipes apenas o composto médio de pneus. Normalmente há a opção dos macios, melhor aproveitados pela McLaren.
Uma nova vitória de Schumacher, independentemente do que conseguir Hakkinen, lhe garante o título e uma festa sem precedentes para os italianos.