Rio - O presidente do Gama, Wágner Marques, revoltado com
a arbitragem do paulista Ronildo Correa, sábado, no jogo contra o Sport,
disse que entrará nesta segunda-feira com uma representação na Comissão de
Arbitragens contra a atuação daquele árbitro. Para o dirigente brasiliense,
ele demonstrou não possuir um mínimo de condições picológicas para atuar sob
pressão, como aconteceu no jogo em que o Gama foi derrotado para o Sport por
3 x 0.
Para Marques, não se trata de choro de perdedor, mas de um acontecimento que
não pode ficar impune, já que não apenas atrapalha todo um trabalho feito
com grandes dificuldades mas irrita os atletas, a ponto de uma partida que
estava tranqüila descambar para a violência, como aconteceu.
“Ele fez tudo errado e foi, no mínimo, tendencioso. O segundo gol do Sport,
aos 48 minutos do segundo tempo, foi deprimente, vergonhoso. O atacante do
Sport recebeu a bola quase dois metros na frente da nossa zaga, na frente do
bandeirinha, que com o Leão nas costas dele nada fez. O árbitro, também a
poucos metros, deixou a bola correr e deu no que deu. Até aí o jogo era
igual, o Gama apertava e tínhamos boas chances no segundo tempo, mas aí ele
"apelou" de novo, não deu uma clamorosa falta sobre o João Marcelo, que
redundou no terceiro gol deles. No final da partida, para completar, tivemos
um gol legítimo não confirmado. A bola passou da linha do gol mais de dois
palmos, mas novamente ele fez vista grossa e mandou seguir. Uma vergonha!
Não temos dúvidas que tudo faz parte da armação de represália pelo fato de
termos ganho na justiça nossa permanência na primeira divisão”, disse.
Para o atacante Juari, que ao deixar o gramado teve de ir prestar depoimento
numa delegacia em razão da queixa registrada por um repórter de uma emissora
local, o que se passou na Ilha do Retiro ele jamais havia visto. “ Jogo há muitos anos, mas o que aconteceu nesse jogo contra o Sport foi
inédito. O árbitro fez de tudo que era possível para nos intimidar. Em
determinado momento, porque fui reclamar de uma falta, ele chegou a me dar
uma cabeçada. Ele sabe o que fez. Aquele moço não pode mais apitar, com
certeza.”
Juari, que no meio de uma confusão chutou o microfone de uma emissora local,
foi liberado após prestar depoimento e viajou com a delegação para Brasília.