Brasília - Uma atitude do presidente do Gama, Wagner Marques, colocou a Federação Metropolitana de Futebol do Distrito Federal (FMF) numa situação complicada. O dirigente excluiu R$ 46.135 da renda do jogo em que o clube de Brasília perdeu de 4 a 2 para o Flamengo, no dia 30 de setembro, e agora é a FMF que vai ter que se entender com o INSS.
Segundo reportagem publicada no Correio Braziliense, Wagner decidiu excluir este valor da renda porque ele foi perdido num assalto, onde os bandidos levaram R$ 35 mil e 2.227 ingressos de geral (R$ 5 cada um), totalizando um prejuízo de R$ 46.135.
Ao ser informado da decisão de Marques de excluir este valor da renda, Weber Magalhães, presidente da FMF, aceitou a decisão do dirigente do Gama, e repassou para o INSS 5% do valor divulgado pelo clube, no borderô. O assalto chegou a ser registrado na delegacia.
Mas o INSS tomou conhecimento do caso e decidiu interpelar a FMF pela atitude de sonegar o valor total da renda.
"Se houve assalto ou não, o INSS não tem nada a ver com isso. Do ponto de vista tributário isso não interessa. É a mesma coisa que uma empresa não pagar seus funcionários porque um dia assaltaram seu cofre. Isso não existe", disse Valdir Simão, diretor de arrecadação do INSS.
Pela lei, o INSS tem direito a 5% de toda renda bruta proveniente da venda de ingressos e não é permitido qualquer tipo de desconto. Se ficar caracterizado que a FMF cometeu crime de apropriação indébita, os envolvidos podem até ser presos.
Para Weber Magalhães, a FMF não deve sofrer nenhum tipo de punição, pois agiu conforme a lei.
"Recolhi os cinco por cento do valor que o Gama apresentou. O Wagner disse a nossa tesoureira que não declararia o valor que foi roubado. Então, o que eu poderia fazer se sou apenas um mero repassador", disse Weber, lembrando que a FMF não tem nenhum envolvimento com a confecção, fixação ou venda dos ingressos.