O técnico Valmir Louruz confirmou o interesse do Atlético na sua contratação e revelou que o tempo de contrato proposto pela diretoria - até o dia 31 de dezembro - impediu que houvesse o acordo no primeiro contato que tiveram, na terça-feira. “Nem chegamos a falar sobre a parte financeira", declarou o treinador gaúcho.
As negociações esfriaram, após o impasse, e os contatos voltaram a ser mantidos ontem através do diretor de Futebol, Sérgio Coelho. A situação mudou, pois a diretoria do Atlético admitiu fazer um contrato até julho. No caso de uma rescisão por qualquer uma das partes, a multa rescisória seria equivalente a um mês de salário. “O que se pode fazer em dois meses de trabalho? O tempo é muito curto, principalmente no momento desse em que eu teria a oportunidade de dirigir uma equipe grande do futebol brasileiro", disse Valmir Louruz, campeão da Copa do Brasil no ano passado pelo Juventude.
O treinador gaúcho sabe do momento difícil que atravessa o Atlético. Mesmo assim ele garantiu estar preparado para encarar a situação. “Já abracei tantos desafios e este seria mais um. De repente vem o sucesso", frisou Valmir Louruz, que está sendo assessorado pelo empresário Gilmar Veloz. Ele tem assistido a alguns jogos do Atlético e não entende porque o time faz uma campanha tão ruim no Módulo Azul da Copa João Havelange.
”São poucos os times que têm jogadores de qualidade como os do Atlético, principalmente no ataque", disse Louruz, que também estava cotado para assumir o Santos, antes de Carlos Alberto Parreira acertar com o clube paulista.
Se for contratado pelo Atlético, Valmir Louruz vai reforçar a colônia gaúcha de Belo Horizonte e estar ao lado do amigo Luiz Felipe Scolari. “Nós jogamos juntos no Caxias e CSA. Luiz Felipe foi meu jogador no CSA e no Caxias", revelou. Levir Culpi, hoje técnico do São Paulo, também foi jogador de Louruz no Juventude.
Valmir Louruz disse que tem um estilo de trabalho que não se assemelha ao de Levir Culpi ou de Luiz Felipe Scolari. “Não sou de fazer espetáculo. Sou muito reservado e franco. Sou amigo, mas brigo quando necessário", afirmou o técnico, atualmente desempregado.
A diretoria do Atlético não descartou a possibilidade de efetivar o assistente técnico Valdonedo Xavier, o Nedo, como técnico da equipe até o final da temporada, tendo José Maria Pena como auxiliar, como aconteceu no ano passado com Humberto Ramos.