São Paulo - A brasileira Ádria Santos ganhou mais um ouro nesta sexta-feira na Paraolimpíada de Sydney, nos 200m para deficientes visuais.
É o quinto ouro brasileiro na competição. Na natação, Clodoaldo da Silva ganhou bronze.
A vitória de Ádria sobre a espanhola Purificación Santamarta teve gosto de vingança. A espanhola, que foi "puxada" pelo seu técnico, Javier Scaño, e acabou sendo eliminada na prova dos 200m para deficientes visuais.
Ao final da corrida, Ádria, ao ser informada da situação pelo guia Gérson Knittel, ficou indignada. "O Brasil não pode aceitar isso. Não vou receber a medalha de prata, se o fato se confirmar", dizia.
Enquanto isso, o chefe da delegação brasileira, Alberto Costa, foi até os árbitros do Comitê Paraolímpico Internacional protestar contra o resultado da competição. O representante italiano também reclamou.
No entanto, o próprio árbitro garantiu que não havia necessidade: eles seriam desclassificados da prova.
Foi o que aconteceu. Eles voltaram atrás na informação sobre o primeiro lugar para Purificación Santamarta e desclassificaram a espanhola. Em poucos minutos, a justiça foi feita: o telão mostrava o primeiro lugar e novo recorde mundial para a brasileira Ádria Santos.
"Venci com honestidade. Essa medalha foi resultado de muito trabalho, esforço e dedicação. Dois a um para mim", disse, referindo-se aos dois ouros (100m e 200m) conquistados contra um (400m) da arquiinimiga espanhola.
Mesmo fora da competição, Purificación ainda exibia um ar de descaso com relação à desclassificação. "A medalha não é nada, é apenas um símbolo. O que importa para mim é o meu tempo", esquivou.
Ádria foi a primeira mulher a correr os 200m na categoria T11 (para deficientes visuais) em menos de 25 segundos, subindo em mais de um segundo sua melhor marca (26.01). A brasileira terminou em primeiro lugar com o tempo de 24.99; seguida da italiana Maria Ligorio (26.62) e da inglesa Tracey Hinton (27.31).
Confira o quadro de medalhas