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Ex-juniores garantiram vitória do Inter sobre o Sport
Terça-feira, 31 Outubro de 2000, 09h30
Atualizada: Terça-feira, 31 Outubro de 2000, 09h31

Porto Alegre - De todos os jogos do Inter na Copa João Havelange, nenhum causou tanta repercussão nacional quanto o da vitória sobre o Sport na Ilha do Retiro. Além de quebrar a invencibilidade de nove jogos do adversário em seu estádio e reforçar o sonho da classificação, o time terminou a partida com uma legião de ex-juniores.

Nove dos 11 que ouviram em campo o apito final do árbitro são egressos das categorias de base: João Gabriel, Lúcio, Ronaldo, Alex, Marcelo, Fábio Rochemback, Leandro Guerreiro, Diogo e Fábio Pinto.

Boa parte desta geração prata-da-casa do Beira-Rio – à exceção de Lúcio – estava desacreditada no começo do ano, apesar de ter no currículo títulos importantes. Diogo e Fábio Pinto foram campeões mundiais sub-17 pelo Brasil em 1997, ao lado de Ronaldinho. Um ano depois, junto com Lúcio, João Gabriel, Ronaldo e Alex, venceram a Copa São Paulo, o campeonato brasileiro da categoria, dando ao Inter o tetracampeonato no torneio. Lúcio e Guerreiro não começaram no clube, mas foram trazidos do Gama e do São Luiz, de Ijuí, com 17 anos. São do técnico Zé Mário e do coordenador João Paulo Medina os méritos pelo aproveitamento dos garotos.

"Tenho uma filosofia: 60% dos jogadores de um clube têm que ser formados em casa. Do contrário, surgem problemas de isolamento dos meninos e muitos se perdem no meio do caminho", disse Zé Mário.

A preocupação justifica, por exemplo, a presença de Guto Ferreira como auxiliar-técnico. Quando veio do São Paulo, onde treinava os juvenis, trazido por Medina, ninguém o conhecia. Os resultados, entretanto, apareceram logo – e foram formidáveis: em dois anos, um bicampeonato gaúcho e a Taça São Paulo. Pelas suas mãos passaram quase todos os que terminaram o jogo em Recife.

"A participação dos mais experientes tem sido decisiva no aproveitamento deles também", disse Guto.

Entre os jogadores, o aspecto mais salientado é o entrosamento. Lúcio e Ronaldo jogam juntos há quatro anos. Leandro e Fábio Rochemback formaram dupla no meio-campo dezenas de vezes.

"A gente se conhece. Um sabe mais ou menos como o outro gosta de receber a bola, para que lado costuma sair em um drible, essas coisas. Fica mais fácil prever o lance seguinte", explica Rochemback.

A proeza dos garotos foi tal que até o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), torcedor do Sport, se espantou.

"Perdemos para um time organizado. Fomos surpreendidos. E como jogam e correm aqueles moleques, nossa!", exclamou o governador, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Zero Hora


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