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Advogado chama e Lopes segue longe do Palmeiras
Terça-feira, 07 Novembro de 2000, 01h30
Atualizada: Terça-feira, 07 Novembro de 2000, 01h31

São Paulo - O paradeiro - e também o futuro - do meia Lopes, do Palmeiras, continua sendo uma incógnita. Ele era esperado na Academia, durante o treino da tarde de ontem. Não apareceu. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o advogado José Mauro Couto entrava com a defesa do jogador na 2ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Desde terça-feira da semana passada - quando foi divulgada a contraprova do exame antidoping realizado por Lopes na vitória de 3 a 2 sobre o Atlético Mineiro, dia 14 de outubro, pela Copa João Havelange - Lopes está "foragido". O sumiço desta segunda-feira pelo menos teve explicação. "Eu tinha de discutir algumas coisas com o Lopes. Precisava da presença dele aqui no Rio", explicou o advogado.

Mas, daqui para frente, Couto se exime de culpa. "Agora ele já pode treinar. Pelo menos da minha parte. Não há razão para fazer o contrário", afirmou. O jogador é esperado hoje, no treino da manhã. Sobre a defesa no Tribunal, ele esclareceu ter feito o pedido de dois exames. "Estou requerendo provas", resumiu.

Na prática O advogado pediu teste físico-químico e de DNA. O primeiro revela se houve algum tipo de alteração ou contaminação do exame. Já o segundo comprova se a urina coletada é do jogador e se realmente ele usou a droga.

"Ele nega veementemente que tenha usado cocaína. Tudo bem. Vamos pedir o teste, só que sem colocar dúvidas sobre a lisura do Comitê de Controle de Dopagem da CBF." No processo, foram sugeridos três laboratórios em que os exames podem ser realizados. Um tanto contrariado por causa do rumo que o caso tomou, Couto apontou duas possibilidades: "Ou ele está mentindo ou aconteceu algum acidente." Se dependesse do advogado, a defesa iria direto para o fato de que a cocaína é muito mais uma droga social. "Ela não melhora a capacidade atlética. Pelo contrário. Além disso, pelos resquícios encontrados, o Lopes provavelmente não entrou em campo sob o efeito da droga", ressaltou.

O advogado disse não ter previsão sobre o andamento do processo - o julgamento deve acontecer no próximo dia 22. "Ainda estou tentando produzir provas. É impressionante como no Brasil a gente tem de provar que a pessoa é inocente, quando o certo seria provarem que ela é culpada. É uma completa inversão dos valores", destacou. No processo apresentando na CBF, Couto também se apóia no fato de Lopes ser primário e cita o passado do meia, considerado exemplar , como reforço.

Para comparecer ao julgamento foram citados os médicos Paulo Sérgio Martino e Rubens Sampaio, além do preparador físico Carlos Eduardo Pacheco Silva. O presidente da 2ª Comissão Disciplinar do STJD é Wanderley Rebello.



Jornal da Tarde


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