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Atlético-MG encara Boca em busca de classificação e paz
Terça-feira, 07 Novembro de 2000, 02h00
Atualizada: Terça-feira, 07 Novembro de 2000, 02h01

Belo Horizonte - O Atlético tem nesta terça-feira a chance de se redimir do fracasso na Copa João Havelange ou aprofundar ainda mais a crise. Depois da eliminação na competição nacional, o Galo enfrenta o Boca Juniors pelas quartas-de-final da Copa Mercosul, às 22 horas, no Estádio La Bombonera.

Depois da vitória de 2 a 0, na primeira partida, no Mineirão, o time mineiro tem a vantagem e vai às semifinais com um empate ou mesmo perdendo por um gol de diferença. Se o Boca Juniors vencer por dois gols de vantagem, a decisão da vaga será nos pênaltis. A PSN (TV por assinatura) transmite a partida. Se o Atlético passar pelo campeão da Libertadores, vai enfrentar Cruzeiro ou Palmeiras nas semifinais.

O goleiro Velloso acredita que o Atlético entra em campo com boa vantagem, mas não deve se administrá-la desde o início da partida. “É preciso ver os dois lados da moeda. Não podemos nos preocupar em administrar a vantagem. Temos que entrar no jogo com o intenção de vencê-lo", afirmou o goleiro, que já conhece o “alçapão" de La Bombonera. Em 1998, também pela Copa Mercosul, ele enfrentou o Boca Juniors, quando atuava pelo Palmeiras.

“A arquibancada é estreita e fica bem perto do campo, mas o gramado é muito bom", afirmou Velloso. O goleiro do Atlético não acredita que o técnico da equipe argentina, Carlos Bianchi, vai escalar uma equipe reserva hoje. “Existe uma motivação muito grande da torcida argentina, que verá o Boca Juniores se apresentar pela última vez, antes da final da Copa Toyota, no próximo dia 28, no Japão, contra o Real Madrid. Eles não vão querer se despedir da torcida com uma eliminação", disse.

No primeiro jogo das quartas-de-final, a defesa atleticana levou vantagem sobre o grandalhão Palermo. Mas Velloso continua preocupado com o jogo aéreo do Boca Juniors. “Caçapa conseguiu anular essas jogadas, mas Palermo é sempre um ponto de referência. Se jogar, vamos novamente precisar de muita atenção com ele. Só que agora estamos mais preparados para este tipo de jogada", afirmou o goleiro do Atlético.

Na opinião do lateral-esquerdo Ronildo, a pressão que a torcida do Boca Juniores exerce é previsível e, para superá-la, basta que os jogadores do Atlético busquem motivação para este jogo decisivo. “A derrota para o América mexeu com todo mundo, mas não podemos nos abater com isso. A competição é outra e temos chances de disputar o título. Precisamos estar motivados contra o Boca Juniors, para que possamos alcançar a classificação", afirmou.

Forças

A mesma opinião tem o apoiador Caíco. Segundo ele, cabe aos jogadores do Atlético buscar forças para superar a eliminação da Copa João Havelange. “Isso faz parte do passado. Agora é concentrar tudo na Copa Mercosul", disse. “Vamos a Buenos Aires para buscar o resultado que estamos precisando para garantir a vaga nas semifinais. Demos uma descansada no domingo para reunirmos forças. Não atuamos bem contra o América por causa do desgaste físico. Estamos preparados para tudo em Buenos Aires", disse.

Dúvida

No Boca Juniors, o técnico Carlos Bianchi admite que a Copa Mercosul não é prioridade. O time argentino luta pelo título do Torneio Apertura e já não vê a hora de enfrentar o Real Madrid, no fim do mês, em Tóquio, pela decisão da Copa Intercontinental.

No Campeonato Nacional, o Boca lidera com 32 pontos - quatro a mais do que o Gimnasia y Esgrima - e vem de um tropeço em casa no último fim de semana, quando empatou em 3 a 3, em casa, com o Rosario Central. Bianchi tem uma dúvida na lateral-esquerda, entre Fagiani e Rodríguez.

Marques promete infernizar a defesa argentina novamente

Marques infernizou a defesa do Boca do Juniors no primeiro jogo, mas não deve encontrar facilidades hoje, pois o técnico Carlos Bianchi deve armar uma marcação especial sobre ele. “Estou acostumado com essa situação. Vamos tentar surpreendê-los", disse o atacante do Atlético.

Ele é outro que joga pela primeira vez no temido La Bombonera. Mas afirmou estar preparado para enfrentar qualquer adversidade seja dentro ou fora de campo. “Nem imagino como é esse estádio. Espero que a gente repita aquela boa apresentação que fizemos contra o San Lorenzo na primeira fase quando conquistamos aquela vitória de 4 a 3, que foi importante para a nossa classificação às quartas-de-final", disse.

Para Marques, a vantagem é sempre importante, independentemente do placar. “Não podemos ir com pensando em empatar ou perder por uma diferença de um gol. Vamos lutar pela vitória", afirmou. O técnico Nedo Xavier comandou um treino ontem à tarde num campo anexo ao Estádio La Bombonera. Por precaução, os jogadores treinaram cobranças de pênaltis.

Capria recomenda tranqüilidade nesta terça

As informações sobre o Boca Juniors, passadas por Diego Capria antes do primeiro jogo das quartas-de-final, foram úteis e ajudaram o Atlético a vencer por 2 a 0, no Mineirão. Para a partida de hoje, em Buenos Aires, o zagueiro argentino deu mais dicas aos companheiros e ao técnico Nedo Xavier. Capria garante que, se o Atlético atuar como na partida de Belo Horizonte, vai sair da Argentina com a classificação nas semifinais. Mesmo, assim, acredita que vai ser muito difícil suportar a pressão no estádio La Bombonera.

“O Boca Juniors, atuando em seu estádio, conta com a fúria da sua torcida. É uma equipe experiente, sempre um adversário difícil. Sua torcida joga junto com o time e chega a assustar", disse o zagueiro argentino.

Para o zagueiro Capria, o Atlético obteve uma boa vantagem no jogo de ida, apesar de ter perdido a oportunidade de aplicar uma goleada histórica no Boca Juniors, o que deixaria o time mineiro mais tranqüilo para o confronto de hoje. “Não dá para lamentar mais isso. Precisamos repetir a atuação do jogo anterior. Se conseguirmos isso, com certeza sairemos do La Bombonera com a classificação", afirmou.

O argentino Capria não concorda com Carlos Bianchi. O técnico do Boca Juniors considerou irrelevante a vantagem do Atlético. “Se em todas as decisões o meu time vencesse o primeiro jogo por 2 a 0 em casa e fosse com essa vantagem para decidir no campo adversário seria ótimo", declarou o zagueiro, que recomenda tranqüilidade aos jogadores do Atlético, principalmente para aqueles que atuarão pela primeira vez no La Bombonera. “No início, a gente sente a pressão, mas, no decorrer do jogo, acaba se acostumando."

Pressão

Os argentinos estão com o Atlético atravessado na garganta. E o zagueiro Cláudio Caçapa, que faz a sua estréia em jogos no La Bombonera, sabe disso. “O simples fato de ser um jogo fora de casa já é complicado. É difícil eles perderem lá. Mas são 11 jogadores contra 11. Se impormos o nosso ritmo e todos os setores estiverem afinados, faremos uma grande partida e, conseqüentemente, com a classificação garantida", disse o zagueiro.

A provável pressão que o Atlético sofrerá em Buenos Aires não incomoda Cláudio Caçapa. “Constantemente, estamos enfrentando pressões na vida. Ouvi dizer que o estádio é bonito e está sempre lotado, com a torcida dando o apoio o tempo todo. Mas saberemos superar tudo para garantirmos a classificação", disse.

 
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Ficha Técnica
Local La Bombonera (Buenos Aires-ARG)
Horário 07/11 - 22h (horário de Brasília)
TV PSN
Juiz Guido Aros (CHI)
Boca Juniors Abbondancieri, Calvo, Burdisso, Medina, e Fagiani (Rodríguez); Marchant, Traverso, Basualdo e Andrizzi; Guillermo Schelotto e Barijho - Técnico: Carlos Bianchi.
Atlético-MG Velloso, Bruno, Cápria, Caçapa e Ronildo; Valdir Paulista, Cleisson, Caíco e Ramon; Marques e Guilherme - Técnico: Nedo Xavier.


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