Porto Alegre - Se depender do grau de adrenalina do vice de futebol, Antônio Vicente Martins, e do diretor executivo da ISL, Dênis Abrahão, o Grêmio fará o melhor jogo do milênio diante do Atlético-PR, no sábado.
Os ingressos foram reduzidos a golpes de machado. Serão preços únicos: R$ 3 na arquibancada (anel inferior) e R$ 10 nas cadeiras (anel superior).
“A cobra vai fumar. Vamos transformar o Olímpico em um caldeirão, vocês vão ver”, prometeu Dênis Abrahão, marcando a volta do estilo que o converteu em incendiário do coração tricolor em 1995 e 1996, anos de ouro desta década, quando cunhou a expressão “patrola” para definir o time de Luís Felipe Scolari, campeão brasileiro e da Libertadores.
A atitude do Grêmio foi inspirada no sucesso da promoção realizada pelo rival Inter no domingo, quando 40 mil pessoas empurraram o time na vitória sobre o Vasco por 2 a 0. O desafio está lançado: haverá ou não mais gremistas no Olímpico contra o perigoso Atlético-PR, do técnico Antônio Lopes?
“Fizemos a nossa parte: investimos, tentamos, erramos, acertamos. Agora, baixamos o ingresso a valer. É hora de o torcedor lotar o Olímpico”, bradava Abrahão.
O Grêmio pôde baixar os preços porque a ISL permitiu. Pela contrato de 15 anos assinado com a empresa de marketing esportivo, o lucro das rendas é dos suíços, excluídos os associados.
“O nosso parceiro compreendeu que ganhar no sábado e encaminhar a classificação significará um lucro muito maior adiante, incluindo a venda dos produtos com a marca Grêmio” explicou Martins.
Os dois homens do futebol estavam eufóricos. Por alguns instantes, se despiram da condição de dirigentes engravatados e viraram simples torcedores. Abrahão, sorridente, entrou na sala de imprensa aos gritos, conclamando a torcida.
Os cálculos indicam que, vencendo o Atlético-PR e chegando a 34 pontos, a vaga está quase garantida. Confinado ao silêncio por recomendação dos sisudos suíços – sua verve giratória às vezes ultrapassa limites –, Abrahão desta vez foi chamado para convocar os gremistas.