Rio - Com seu sucessor escolhido na sexta-feira passada, o presidente do Vasco, Antônio Soares Calçada, já começou a pensar em como será sua participação na futura gestão em São Januário, que terá à frente Eurico Miranda no próximo triênio.
O dirigente, que ocupa há 18 anos o mesmo cargo e está no clube desde 1948, quando era conselheiro, garantiu que não abandonará a política vascaína a partir de 2001, quando se tornará presidente de honra do Vasco.
"Fui indicado pelo Conselho e vou aproveitar agora para ficar mais com a família e cuidar dos meus negócios. Sempre que eu for requisitado, ajudarei o Eurico. Terei o maior prazer em passar para ele um pouco da minha experiência administrativa", disse. "Vou pensar até janeiro como poderei colaborar com a política do Vasco e como vou fazer para conciliar tudo. Mas é certo que não me afastarei do clube."
O presidente admite que sua maior frustração de 1982 para cá foi não ter dado ao Vasco um título mundial. O time perdeu este ano a final do Mundial de Clubes da Fifa para o Corinthians e em 1998 foi derrotado em Tóquio pelo Real Madrid na Copa Interclubes. Calçada espera ainda conquistar esse título como presidente de honra.
"Antes de morrer, quero terminar a construção do centro de treinamentos na Rio-Petrópolis e ver o Vasco campeão do mundo."
Calçada lembrou que sua vida política em São Januário se iniciou em 1948, quando fez parte do Conselho do clube. Dois anos depois, chegou à diretoria pela primeira vez, ao assumir o comando do tênis de mesa - na época chamado de ping-pong.
Em 1952, o dirigente se tornou vice de futebol na gestão de Ciro Aranha e João Silva e permaneceu no cargo até o fim da década de 60, com os presidentes Artur Pires, Manuel Joaquim Lopes e João Silva. Calçada só se afastou do Vasco na década de 70, quando o clube era presidido por Agarthino Gomes, mas voltou em 1980 como vice de Alberto Pires Ribeiro. Dois anos depois, conseguiu se eleger presidente e está no cargo desde então.