Porto Alegre - Ao analisar o desempenho de sua equipe na Arena da Baixada e como um time com 11 conseguiu perder de virada para outro que esteve durante mais de 50 minutos com um jogador a menos, Zé Mário, fiel ao seu estilo, evitou análises individuais de desempenho.
O mais surpreendente, entretanto, é que o treinador colorado desdenhou a vantagem numérica em campo e chegou quase a lamentar a expulsão do zagueiro Gustavo, do Atlético-PR, ainda na metade do primeiro tempo.
”Hoje em dia ter um jogador a mais em campo não significa nada, tanto que o Atlético se fechou lá atrás, marcava e dava chutão pra frente, e não conseguimos passar. Acho que teria sido até melhor para nós se tivesse ficado 11 contra 11”, disse o técnico.
Já os jogadores deixaram o campo decepcionados e dispostos a repetir o que já foi feito depois da partida contra a Ponte Preta: apelar para uma espécie de amnésia seletiva, esquecer o jogo perdido e concentrar a atenção no Juventude, domingo. Não tiveram explicações.
”Parece que quando uma coisa dá errado, todo o resto acompanha. Agora é pensar só no Juventude, que já está desclassificado mas que, temos certeza, não vai entregar o jogo”, disse o centroavante Rodrigão.
A idéia de que a partida contra o Juventude pode ressuscitar os antigos pavores de imbatibilidade do time da serra contra o Inter não perturba Zé Mário
”O Juventude é um time difícil e está definido que seria o último adversário desde o início do campeonato. Não tem isso de se assustar. Tem de lembrar das coisas boas, também. Da última vez que jogamos contra eles, ganhamos de 3 a 1. É disso que devemos lembrar, agora”, disse Zé Mário.
O Inter de novo criticou a arbitragem. De acordo com o treinador Zé Mário e com o presidente colorado, Fernando Miranda, o lance que originou o gol de empate do Atlético-PR foi resultado de uma falta cometida por Marcos Vinícius sobre Hiran na saída de bola.
De acordo com o treinador, a ausência de Lúcio, dispensado por ter jogado contra a Colômbia, na tarde de quarta-feira, a atuação pífia do substituto Leonardo Valença e a volta de Hiran depois de um mês parado não podem ser apontados como fatores que prejudicaram o time.
”Jogamos, todos combateram, muito mais do que contra a Ponte Preta, em que parecíamos ter entregado o jogo no meio. Só não conseguimos marcar. Agora é fácil criticar, mas era humanamente impossível o Lúcio jogar hoje, menos de 48 horas depois de ter atuado 90 minutos. Queremos ele para muito tempo, não só para este jogo”, disse Zé Mário.