São Paulo - As mudanças no time do Corinthians para 2001 podem começar no gol. Sai Maurício e entra Marcos, que tem contrato com o Palmeiras só até 31 de janeiro. O goleiro palmeirense, que se recupera da cirurgia na mão esquerda que fez dia 4 de agosto deste ano, confirmou no final da tarde desta quinta-feira que recebeu proposta para atuar no Corinthians-2001.
“Recebi proposta do Corinthians, não vou negar. Chegou o momento de me valorizar, de alcançar alguma coisa boa em minha carreira”, disse o goleiro, com voz pausada, mas firme. Marcos não quer que a sua declaração seja mal interpretada pela torcida palmeirense.
Por isso, apressa-se em dizer que tem muito carinho pelo clube onde joga há nove anos. “Eu gosto muito do Palmeiras. A minha preferência é ficar aqui, onde conheço desde o cara que fica na portaria até o presidente. Mas preciso ver o que é melhor para mim. Vou mostrar que não estou morto”, afirma o goleiro.
Marcos acompanha de perto a política de contenção de despesas adotada no clube pelo presidente Mustafá Contursi e que até agora tem feito sucesso e recebido elogios. Uma pequena amostra da dificuldade que terá para renovar contrato foi a proposta salarial que recebeu no primeiro contato que o seu procurador, o ex-lateral-direito Cláudio Guadagno, fez com a diretoria.
“Claro que foi só a primeira conversa. Só que, na sequência da negociação, eu e o meu procurador vamos deixar claro que temos propostas de outros clubes. Tenho propostas do Corinthians e de outros clubes”, avisa. A contusão na mão, que o afastou dos gramados por seis meses, veio num péssimo momento.
“Fui me contundir quando era o goleiro reserva da seleção brasileira. Se não sofresse a contusão, certamente seria o titular agora com a saída do Dida”, comenta, sem conseguir esconder a tristeza. “Mas não faz mal. Vou reconquistar meu espaço. Já percorri mais da metade do caminho e voltar à seleção não será tão difícil assim”, afirma Marcos, aos 27 anos, com a segurança de quem foi eleito o melhor goleiro da América do Sul em 99.
Marcos já está treinando nomalmente com os companheiros. Segue de perto o sucesso do time alviverde nas copas João Havelange e Mercosul, certo de que terá muito trabalho, talvez no outro parque, quando voltar das férias, em Oriente, a 480 quilômetros de São Paulo, cidade onde nasceu.