Salvador - A dois dias da partida contra o Vasco, pelas oitavas-de-final da Copa João Havelange, o clima ficou tenso no Bahia na tarde de quinta-feira. Embora não admitam, os jogadores não gostaram da proposta de premiação feita na véspera pela diretoria do clube para eliminar os cariocas da competição, que seria o rateio de 50% da renda líquida do jogo de sábado, na Fonte Nova.
Os atletas se reuniram durante 20 minutos com o presidente do conselho deliberativo, Paulo Maracajá, deixando o técnico Evaristo de Macedo e toda sua comissão aguardando por eles no campo principal por quase meia hora para o início do treino. Na saída da reunião, os jogadores desconversaram sobre o assunto, mas a insatisfação era flagrante nos rostos de todos eles.
Fontes do clube revelam que o problema ocorreu devido aos critérios de divisão do prêmio, pois teria sido sugerido que apenas os jogadores relacionados para os dois jogos contra o Vasco entrariam no rateio, o que desagradou a alguns deles.
Todavia, a explicação "oficial" dada pelos dirigentes para a reunião entre o elenco e Maracajá foi que os jogadores teriam solicitado um aumento na carga de ingressos para o jogo de sábado (foram colocados à venda cerca de 70 mil), uma vez que eles terão participação direta na renda.
Porém, bastou ouvir as declarações de alguns jogadores para surgirem as contradições. "A gente se reuniu com o seu Paulo para mostrar a ele que o grupo está fechado e conversar sobre alguns jogadores do Vasco", esquivou-se Reginaldo. "Ele (Maracajá) apenas veio nos dar palavras de apoio, nesse momento decisivo. Além disso, ele disse que o Eurico Miranda (presidente do Vasco) falou que o Bahia já está eliminado e isso serve para motivar o nosso grupo", afirmou Jefferson.
O curioso é que o encontro com Paulo Maracajá aconteceu justamente no dia do último treinamento antes do primeiro jogo decisivo contra o Vasco, quando poderia ter ocorrido ao longo de toda essa semana ou até esta sexta, quando os jogadores estão concentrados.