São Paulo - O norte-americano Pete Sampras chegou a Lisboa. Como o brasileiro Gustavo Kuerten, foi um dos primeiros a desembarcar para a disputa do torneio que marca o fim da temporada no tênis profissional masculino. Desde setembro, quando perdeu a final do Aberto dos Estados Unidos, o jogador não aparecia em uma competição. Mas não poderia faltar à festa de gala: o torneio com os oito melhores da temporada começa na terça-feira e tem distribuição de US$ 3,7 milhões.
Sampras deve começar o torneio como número 3 do ranking, descontando os pontos pelo título obtido no ano passado. Guga deve ultrapassá-lo. Mas Sampras, aos 29 anos, não precisa provar mais nada. Bateu vários recordes, terminou seis temporadas como número 1, conquistou 13 títulos de Grand Slam.
Guga, com seus 24 anos, e o russo Marat Safin, de 20, este ano parecem mais próximos de terminar em primeiro lugar. Safin, principalmente. Na corrida dos campeões, o russo tem 784 pontos. Guga tem 709. E Sampras, 637.
O torneio em Lisboa terá oito jogadores divididos em duas chaves. Cada vitória vale 20 pontos na fase de classificação. Os dois melhores passam para as semifinais e aí cada vitória valerá 40 pontos. Mas 50 pontos por chegar à final. Assim, caso o tenista seja campeão invicto levantará 150 pontos e muitos milhões no bolso. No ano passado, quando a competição foi disputada em Hannover, na Alemanha, Sampras saiu com US$ 1,385 milhão depois de vencer o compatriota Andre Agassi na final. Sampras só perdeu uma partida, para o mesmo Agassi, durante a fase de classificação.
Este ano, para terminar como número 1 do mundo, Guga não pode pensar em perder na competição disputada em carpete no Pavilhão Atlântico. Se o russo ganhar duas partidas irá a 844 pontos e provavelmente atingirá as semifinais, já que cada jogador faz três partidas na fase de classificação.
Nesse caso, Guga teria de chegar ao título invicto para poder ser o número 1.
Reta final Safin teve uma arrancada impressionante, principalmente neste fim de temporada. Ganhou o Aberto dos Estados Unidos, dois títulos de Masters Series (Paris e Toronto) e outros dois de ATP Tour. Desde 1991 que o primeiro lugar vem sendo dividido entre norte-americanos. "Tenho de ensinar a muita gente que não sou um ioiô de Moscou, com altos e baixos." O russo terminou 1999 em 25º lugar e nos cinco primeiros torneios deste ano caiu na primeira rodada. Sua campanha só ganhou impulso quando trocou de trinar em abril e chegou a temporada de pisos de saibro na Espanha, quando em Barcelona e Mallorca.
Desde 1990, quando o Masters foi disputado pela primeira vez, Sampras foi campeão cinco vezes: em 1991, 1994, 1996, 1997 e 1999. Agasi venceu em 1990.
O alemão Boris Becker foi campeão em 1992 e 1995. O também alemão Michael Stich ganhou em 1993. E o espanhol Alex Corretja ganhou em 1998.
Agora Sampras chega novamente ao Masters dizendo que o período que ficou sem competir não influirá em seu desempenho. "Estou em forma", afirmou. Guga chegou dizendo que espera ser beneficiado com o apoio da torcida portuguesa.
"Serão jogos e contar com respaldo será bem melhor."
Neste sábado eram esperados o espanhol Alex Corretja, Agassi e o australiano Lleyton Hewitt, que estava treinando na Espanha com seus amigos de Copa Davis - Austrália e Espanha decidirão o título da Davis em Barcelona, entre os dias 8 e 10 próximos. Os últimos a chegar serão o russo Yevgeny Kafelnikov e o sueco Magnus Norman, que durante a semana estiver jogando o ATP Tour de Estocolmo. Estiveram lá ganhando ritmo. A batalha não será fácil em Lisboa.