Brasília - Em depoimento prestado nesta quinta-feira à CPI instalada no Senado para investigar o futebol brasileiro, o ex-técnico da Seleção, Wanderley Luxemburgo, negou ter empresas ou negócios no exterior, confirmando que seus investimentos estão todos no Brasil. Ao falar da esposa, no entanto, Wanderley não demonstrou tanta segurança, hesitando ao negar a existência de uma conta corrente em nome dela fora do país. Mais tarde, a CPI confirmou a existência da conta.
Sobre o apartamento em São Conrado, que teria sido vendido a uma empresa com endereço em Nassau, nas Bahamas, ele afirmou que o negócio foi intermediado por uma imobiliária do Rio de Janeiro, que conseguiu o comprador. Já a respeito dos outros bens que teria arrematado através de sua ex-secretária, Renata Alves, Wanderley afirmou que ela recebia apenas uma participação de 10% sobre os arremates que fazia nos leilões em nome do treinador. Ele só desistiu de utilizar os serviços de Renata quando soube que ela se apropriava da maioria dos bens arrematados, para depois negociá-los, sem sequer os ter passado para o nome do treinador.
Ele também negou a existência da Embaixada, apartamento na Barra da Tijuca que, segundo Renata, abrigava reuniões entre Wanderley e empresários do futebol para a negociações de jogadores.
"Na época que ela disse que aconteciam as reuniões eu era técnico do Palmeiras, e não poderia estar em São Paulo e no Rio ao mesmo tempo, já que ela afirmou que as reuniões eram às quartas-feiras. Além disso, ela disse que Gilmar Rinaldi estava nas reuniões, mas na época ele era jogador e estava no Japão", defendeu-se.