Brasília - O momento mais tenso do depoimento de Wanderley Luxemburgo à CPI do Senado aconteceu quando o relator Geraldo Althoff (PFL-SC) mostrou um vídeo no qual o técnico confirma o recebimento de dinheiro, por parte de treinadores de futebol, vindo de empresários que solicitam a escalação de seus jogadores. Na entrevista, ele disse que a prática e o recebimento de porpina sao comuns no meio do futebol.
Ao ser questionado sobre os nomes dos empresários que assumem o esquema, Wanderley preferiu o silêncio. Althoff lembrou que o técnico estava sob juramento e que não poderia negar a informação, sob o risco de sofrer as conseqüências de cometer crime de omissão da verdade, que incluem prisão.
Grande parte da primeira etapa do depoimento ficou presa aos assuntos financeiros da vida do treinador. Luxemburgo relatou na declaração de Imposto de Renda que só possui uma conta corrente, mas foram descobertas 30 contas em seis bancos diferentes. Para se justificar, ele alegou desorganização na hora de passar ao contador as informações para declarar as contas correntes e de poupança.
O relator apresentou também diversos negócios com os quais o treinador estaria envolvido, o que ele confirmou. Mas afirmou que todas as empresas que estão em seu nome, menos a WL Esportes, estão inativas, e por isso não foram deduzidas no Imposto de Renda. Wanderley procurou se esquivar de grande parte das perguntas, dizendo, inclusive, não se lembrar das atividades de algumas de suas empresas.