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CPI questiona idade de Luxemburgo
Quinta-feira, 30 Novembro de 2000, 16h49
Atualizada: Quinta-feira, 30 Novembro de 2000, 16h50

Brasília - O relator da CPI instalada pelo Senado para investigar o futebol brasileiro, o senador Geraldo Althoff (PFL-SC), começou o interrogatório do ex-técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, levantando a questão da idade do ex-treinador, referente à confusão sobre a sua data de nascimento - 1952 ou 1955.

Luxemburgo argumentou que foi o seu pai quem cuidou de seus registros e que ele já os recebeu com data de 1955. Apesar de a mãe dizer que o filho nascera em 52, ele alegou que não tinha nenhum documento para provar. Na época da Olimpíada, ao chegar à Polícia Federal, o então técnico deparou-se com a certidão de batismo de 52.

Segundo ele, por ser de família pobre, o registro só foi feito em 54. Mas ele garantiu que Michel Assef já está tratando da papelada para a regularização. Althoff estranhou o fato de que ninguém tenha percebido que Wanderley era mais velho do que constava na sua certidão.

"Freqüentando o colégio, é facilmente percebido quando uma criança de 10 anos passa por um menino de sete. Haveria, inclusive, um problema de adaptação do aluno", comentou o senador, que é formado em medicina e especializado em pediatria.

A interferência da Nike foi outro assunto levantado pelo relator, que procurou saber se a empresa participava das decisões sobre convocações de jogadores e escolha de adversários para amistosos, hipótese, mais uma vez, negada por Wanderley. Em entrevista ao programa Cartão Verde, o treinador disse que havia reuniões entre a CBF, a multinacional e ele, para traçar planejamento de amistosos. Wanderley disse, no entanto, que a fornecedora de material esportivo nunca exigiu a presença de jogadores ou impôs adversários. Havia apenas sugestões que poderiam ser aceitas ou não pelo treinador.

A utilização de vários jogadores foi justificada como forma de testar atletas para formar uma base para a Copa. Ele reiterou que a CBF sempre deu total apoio ao seu trabalho. Ao ser perguntado sobre a permanência de um funcionário da Nike na concentração da Seleção durante as competições, como aconteceu na Copa de 1998, segundo o depoimento de Edmundo à CPI instalada Câmara, o técnico foi taxativo.

"Alguns membros de empresas de material esportivo circulavam pela concentração, mas somente para fornecer material de divulgação e equipamentos para os jogadores que elas patrocinavam. Eles só tinham acesso aos corredores da concentração, não às palestras e preleções."

Na investigação feita pelos parlamentares, a declaração do Imposto de Renda de 2000, com base em 99, continha o nome da Nike como fornecedora de uma renda no valor de R$ 41 mil, que o treinador justificou como sendo correspondente a uma palestra.

Agência Estado


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