Rio - O árbitro José Carlos Santiago de Andrade negou que tenha sido procurador do técnico Wanderley Luxemburgo junto à Receita Federal ou à Justiça do Trabalho, como afirmou o treinador na CPI do Futebol, no Senado. Reconheceu ser amigo do ex-técnico da seleção brasileira, mas garantiu que as relações entre ambos sempre foram apenas "a nível pessoal".
"Nunca aconteceu nada além da amizade. Não o ajudei na parte contábil, nem tenho nenhuma sociedade com o Wanderley", disse o árbitro, que, fora do futebol, trabalha como administrador de empresas. Andrade informou que é amigo do treinador há 25 anos.
Apesar da relação próxima que mantém com o treinador, o árbitro garantiu nunca tê-lo favorecido nas partidas em que os dois se encontraram. Andrade informou ter atuado como "bandeira" em 15 jogos de times dirigidos por Luxemburgo. "Nunca teve nada a ver muito pelo contrário, ele não foi bem contra mim", afirmou. Nas 15 partidas, contou, foram 10 derrotas, dois empates e três vitórias das equipes de Luxemburgo.
Para reforçar a sua afirmação, Andrade diz que chegou a ter um desentendimento com o treinador, após a partida entre Cruzeiro e Corinthians, pela Copa do Brasil, em 1998. "Nesta ocasião, ele ficou irritado com todo o trio de arbitragem", recordou. Árbitro nesse jogo, o carioca Jorge Travassos lembra que expulsou o ex-técnico da seleção durante a partida, o que o deixou revoltado. "O Santiago acabou brigando com ele no fim", confirmou Travassos, que fez elogios a atuação de Andrade como auxiliar. "É um dos melhores bandeiras do futebol brasileiro."
Com 42 anos, o bandeira ainda está em atividade, embora não tenha atuado no segundo semestre deste ano por causa de uma contusão. Na primeira parte do ano, porém, trabalhou em jogos do Campeonato Carioca. Andrade é filiado à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Fferj) e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).