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Claudecir tenta chegar ao alto para depois partir
Domingo, 03 Dezembro de 2000, 00h51
Atualizada: Domingo, 03 Dezembro de 2000, 00h52

São Paulo - Claudecir, ponto de referência no meio-de-campo do São Caetano tem estatura de meia, habilidade de meia, cabeceia como meia, mas é volante. Foi misturando potencial ofensivo com força de marcação que o jogador de 25 anos conseguiu se destacar na brilhante campanha do time de Jair Picerni. E o volante revela que grande parte do seu sucesso está no seu biotipo:

"As pessoas não esperam que com 1,89 m eu possa marcar forte. Nem estão acostumadas com volante que saia driblando com facilidade do meio de campo, cabeceie e tenha frieza diante dos goleiros na hora de marcar. Tudo isso eu devo a meus treinadores, que souberam explorar minhas qualidades. Mas só estou tendo sucesso graças aos outros jogadores do São Caetano. Sozinho ninguém faz nada", ressalta o evangélico Claudecir.

Seu início foi comum ao de muitos outros jogadores. Nasceu na cidade de Agudos (SP). Seu pai era sargento da PM. Com quatro irmãos, Claudecir sentia ser a esperança da família pobre. "Meu pai pegava dinheiro emprestado e me levava para fazer testes pelos clubes. Não passei na Portuguesa, XV de Jaú e Novorizontino. Fui reprovado uma vez no Noroeste, mas depois passei e devo grande parte do que aprendi ao ex-jogador do Palmeiras Baroninho, que foi meu treinador."

Claudecir passou a atuar como volante por mera coincidência. "Eu era meia no Noroeste. Mas se machucaram os volantes titulares e acabei improvisado. Fui muito bem e nunca mais saí dessa posição."

Do Noroeste, ele foi emprestado para o Mogi-Mirim, mas não teve sucesso. Até que foi comprado pelo São Caetano. "Cheguei e encontrei uma estrutura boa. O grupo de jogadores mais unido que tive na vida. Esse é um dos segredos da nossa campanha."

Do rival - Claudecir sabe que está negociado com o Palmeiras. Troca telefonemas diários com o amigo Magrão, que chegou antes ao Parque Antártica. Mas, a pedido dos dirigentes, não pode confirmar.

"Não quero falar muito sobre isso. Será um sonho jogar por um time grande. Mas estou empenhado de corpo e alma em fazer o São Caetano subir o mais alto possível. Eliminar o Fluminense foi um feito, mas minha humildade não pode me impedir de pensar que podemos ser campeões."

Sobre enfrentar o futuro clube e o amigo Magrão, ele vê como incentivo. "Vou dar ainda mais pela classificação do São Caetano. Está enganado quem pensa que vou jogar menos do que sei. O Magrão e o Palmeiras que me desculpem."

Jornal da Tarde


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