Belo Horizonte - A disputa pela artilharia de uma competição é uma atração à parte para os torcedores. Na Copa João Havelange, o artilheiro do Cruzeiro é o atacante Oséas, que marcou 13 gols e está a sete dos líderes Magno Alves, do Fluminense, e Dill, do Goiás. Se não tem um jogador em boas condições de ser artilheiro, por outro lado, o Cruzeiro tem uma vantagem grande sobre as demais equipes: não depende apenas de um ou dois jogadores para fazer gols.
Oséas marcou apenas 24% dos 54 gols do Cruzeiro na competição, enquanto no Goiás, já eliminado, Dill fez 47,6% (20 dos 42 gols do time goiano). A situação no Fluminense e Vasco é semelhante. Magno Alves marcou 20 dos 48 gols do tricolor carioca (41,7%) e Romário fez 17 dos 45 gols do time carioca (37,8%).
Atrás de Oséas, estão Geovanni, com nove gols, e Fábio Júnior, com oito. Os três são atacantes e não há uma dupla definida como titular. “Independentemente de ser titular absoluto, quem tem entrado vem procurando fazer gols e ajudar o grupo", comenta Fábio Júnior. “Acho que isso faz com que a equipe cresça e evita que um jogador sinta a responsabilidade de ter de marcar os gols sozinho".
Para Oséas, ter companheiros que também façam gols é importante para a equipe. “É duro quando um time tem apenas um artilheiro. Se ele não joga, faz uma falta muito grande", avalia o atacante, que ainda acredita poder alcançar a liderança da artilharia. “Jamais vou pensar que não tenho condições de ser artilheiro", decreta.
Se o Cruzeiro não tivesse tantos jogadores que fazem gols, talvez Oséas pudesse estar melhor colocado entre os artilheiros da Copa João Havelange. Mas isso não o perturba. “Quando estou em campo sou o ponto de referência, mas é bom o time não depender apenas de um jogador", comenta Oséas.
E não somente os atacantes estão marcando gols no Cruzeiro. O lateral Sorín e o volante Ricardinho fizeram cinco cada. O zagueiro Cris, autor de três gols, destaca que vem aproveitando bem as bolas paradas. “Treinamos bastante e temos aproveitado as chances nos jogos. Todos os jogadores procuram o gol e chegam bem na frente", comenta o zagueiro.
Da equipe titular, apenas dois jogadores ainda não marcaram na Copa João Havelange, o lateral Rodrigo e o volante Donizete Oliveira, além do goleiro, é claro. Rodrigo, aliás, ainda não marcou nenhum gol nos 56 jogos que disputou pelo Cruzeiro. “A minha média é de dois por ano, mas o último que fiz ainda foi pelo Corinthians. Tem mais de um ano que não faço gols. No Cruzeiro, gol meu só nos coletivos", conforma-se o lateral. “Mas a vitória da equipe é mais importante e meus companheiros estão fazendo gols com jogadas minhas", ressalva Rodrigo.