Recife - O Náutico perdeu, em primeira instância, o passe do goleiro Ney. Junto com ele se vai, também, um dos poucos patrimônios que ainda restavam nos Aflitos. A juíza Patrícia Brandão, da 16ª Vara do Trabalho, concedeu o atestado liberatório provisório, que corresponde ao passe, em favor do atleta, que era prata-da-casa. A audiência definitiva acontecerá no dia 15 de janeiro. Nela serão ouvidos as testemunhas do jogador e, também, do clube.
Mas, pelo visto, o Náutico ainda vai pagar caro pelo descaso com relação ao caso Ney. Na audiência de terça-feira, o clube teria de ter pago os três meses que está devendo ao jogador. O valor era de R$ 21 mil. Como nenhum tostão foi pago, a multa imposta pela juíza foi de 100%. Assim, o Náutico irá começar o ano do Centenário devendo R$ 42 mil ao goleiro Ney.
"Saio chateado com a situação que foi criada, mas não com o clube. Adoro a torcida do Náutico e alguns ex-dirigentes, que me deram muito apoio. Mas, as pessoas que estão dirigindo o clube não tiveram respeito nenhum comigo", afirmou Ney.
O advogado do goleiro, Fernando Coelho, afirmou que acha muito improvável a juíza Patrícia Brandão dar um parecer diferente do primeiro na próxima audiência. A proposta do Náutico era liberar o passe de Ney sem pagar mais um centavo ao jogador, além do dinheiro que já está depositado na Federação Pernambucana de Futebol -cerca de R$ 6 mil. "Só de salários atrasados Ney têm para receber R$ 21 mil reais. Fora isso, ainda existe férias, 13º salário, FGTS, entre outros direitos trabalhistas", confirmou o advogado.