São Paulo - Nem tudo são flores para o São Caetano. Se dentro do campo o time está surpreendendo e tem grandes chances de colocar-se entre os quatro melhores do país, do lado de fora a torcida não correspondeu às expectativas dos dirigentes, jogadores e membros da comissão técnica.
Mesmo tendo o mando da partida deste sábado, o que significa administrar todos os 29 mil ingressos disponíveis no Parque Antártica, a equipe deve jogar como uma autêntica visitante contra o Palmeiras.
Apenas 12 mil entradas foram colocadas à venda em São Caetano do Sul. O restante foi encaminhado ao Parque Antártica. Para piorar a situação, a direção do São Caetano admitiu que boa parte dos bilhetes disponíveis no ABC está sendo comprada por torcedores palmeirenses que residem ou trabalham na região. Apesar disso, foi decidido que o clube e a prefeitura não irão subsidiar ingressos e transporte para os interessados em ir ao jogo. "Queremos que isso seja uma iniciativa natural e espontânea", afirmou o presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza.
No início da semana, os dirigentes do São Caetano apostavam que, empolgada com a vitória por 4 a 3 no primeiro jogo, a torcida iria "invadir" o estádio, ficando com pelo menos metade do espaço, ou seja, 14,5 mil lugares. Mas a procura decepcionou. "Eu acredito que o número de torcedores nossos deve ficar entre 6 mil e 8 mil", estimou o presidente.
História - A falta de tradição do clube em competições desse porte é apontada como justificativa para o pequeno interesse da população da cidade. Segundo Ricardo Santos Gomes, que se diz torcedor do São Caetano e "grande" simpatizante do Corinthians, o fato de o clube ter apenas 11 anos ainda não permitiu a formação de uma torcida própria. "Acontece que todo mundo já torce para outro time. O São Caetano precisa se manter nesse nível por alguns anos para dar início à tradição e, conseqüentemente, a uma torcida exclusiva", afirmou.