São Caetano - O São Caetano não está preocupado com as declarações do presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda, que teria dito que equipe paulista não poderia participar da Copa Libertadores da América do próximo ano mesmo que sagre-se campeã ou vice da Copa João Havelange. Para o advogado do clube do ABC paulista, João Zanforlim, tudo não passa de mais uma tentativa do dirigente vascaíno de tumultuar o ambiente para conseguir, na marra, privilégios para seu time.
Segundo a argumentação do dirigente carioca, só podem disputar o torneio continental as equipes que integram a primeira divisão do futebol de seu respectivo país. Como o São Caetano disputou o Módulo Amarelo da João Havelange, o que na opinião de Eurico corresponde à segunda divisão, o time estaria impedido de representar o Brasil na competição. Com isso, Vasco e Grêmio já teriam a vaga assegurada, uma vez que o Cruzeiro já está classificado por ter vencido a última edição da Copa do Brasil.
Zanforlim rebate a argumentação lembrando que o São Caetano está, sim, disputando a primeira divisão. "Subimos o ano passado para a divisão especial do Campeonato Paulista", observou. Para ele, isso é mais do que suficiente para garantir o direito ao clube de disputar qualquer competição oficial. "Em momento algum o regulamento define que essa primeira divisão deva ser a nacional", ponderou.
Além disso, o advogado apega-se a álibis para dar tranqüilidade ao time do ABC. O primeiro é o fato de a João Havelange não ser uma competição com divisões distintas. "O que existem são módulos. Diante disso, não se pode afirmar que um clube pertença a essa ou aquela divisão". O segundo é com referência ao reconhecimento legal do campeonato. Para Zanforlim, o torneio é um amistoso, pois não está em conformidade com o artigo 89 da Lei Pelé, que, segundo ele, determina se uma competição é oficial. "Para que isso acontecesse, seria obrigatória o acesso e o descenso", explicou o advogado.