Rio - Durante seu depoimento na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiu que a entidade não recebe dinheiro público.
“Não recebemos dinheiro desde 1990, quando paramos de ganhar com a loteria. Além disso, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebe do governo uma ajuda de custo para pagar despesas com passagens, mas a CBF não lucrou com isso. Para Sydney, foi a CBF que pagou as passagens das equipes masculinas e femininas de futebol”, afirmou Teixeira.
O dirigente fez questão de lembrar que a entidade também não recebe dinheiro com a negociação de jogadores. Antes de assumir o cargo, a entidade recebia 2,5% de qualquer transação envolvendo atletas.
Sem contar com dinheiro dessas negociações, Teixeira não tem condições de policiar se os clubes estão cumprindo suas obrigações fiscais. “A CBF é apenas uma espécie de cartório. Não sabemos se os valores revelados pelos clubes são os reais valores das negociações”, afirmou Teixeira, que fornecerá aos senadores cópia dos 50 maiores contratos de venda de jogadores nos últimos anos.
Espaço da CBF no futebol brasileiro também foi discutido
O fato de a CBF estar perdendo espaço para o Clube dos 13 nos últimos anos foi um dos temas mais discutidos na CPI. Os senadores ouviram do próprio Ricardo Teixeira que a entidade máxima do futebol brasileiro não tem mais poder sobre as competições realizadas no país.
“Hoje quem controla os campeonatos é o Clube dos 13. Mas fizemos um estudo com a Fundação Getúlio Vargas e vamos rever isso um pouco melhor”, afirmou Teixeira, lembrando que a CBF não recebe nenhuma verba com as competições entre clubes.
Esse depoimento de Teixeira deixou o senador Geraldo Althoff (PFL/SC), presidente da CPI, muito preocupado. “Fico preocupado, pois a CBF está perdendo o controle do futebol
brasileiro”, afirmou o relator.