Rio e São Paulo - A opinião do Clube dos 13 pode não valer nada na reta final da tumultuada decisão da Copa JH. A entidade de clubes se reúne na segunda-feira, em Porto Alegre, para definir o que considera certo para a Copa JH: a realização de um novo jogo, a divisão do título ou considerar um dos clubes campeão.
Mas, como prevê a lei brasileira, a decisão cabe ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que se reúne um dia depois.
O Clube dos 13, inicialmente queria dividir o título. Seria a melhor forma para que se esquecesse logo a Copa JH, criada pela entidade para substituir o Brasileirão em 2000.
Mas uma manobra de Eurico Miranda fez com que três dos sete integrantes do comitê executivo passassem a defender um novo jogo. “O Bahia, o Coritiba e o Atlético-MG estão fechados na defesa de uma nova partida, no Maracanã, no final de janeiro ou começo de fevereiro”, diz Paulo Maracajá, presidente de honra do Bahia e integrante do comitê.
Segundo ele, a CBF baixaria uma portaria considerando que todos os jogadores inscritos pelas equipes na Copa JH, poderiam disputar a nova final, abrindo a possibilidade de os times contarem com os jogadores já negociados, como Claudecir e Japinha, do São Caetano, e Euller, do Vasco.
O Bahia deve favores a Eurico, já que o dirigente do Vasco foi o maior defensor da volta do clube baiano para a Primeira Divisão.
Mas nos bastidores do Clube dos 13 articula-se a tese de dar o título ao São Caetano. Seria uma forma de a entidade sair com a imagem menos arranhada do episódio, que tem em Eurico Miranda, o grande vilão aos olhos de grande parte da opinião pública. A idéia da direção da entidade era de que o cartola vascaíno nem comparecesse à reunião do comitê executivo, mas Eurico já avisou que vai.
Representantes de clubes filiados à entidade defendem o título ao São Caetano. É o caso de Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, Edmundo dos Santos Silva, presidente do Flamengo, e Flávio Raupp, vice-presidente de controladoria do Vitória S.A., parceira do rubro-negro baiano.
“Não há dúvida de que o título é do São Caetano. É só pegar o regulamento da Copa JH e o CBDF. O Clube dos 13 não tem legitimidade para julgar esse caso. Isso cabe ao STJD. A decisão não pode ser política e, sim, técnica”, sustenta Raupp.
O presidente do STJD, Luiz Zveiter, disse que integrantes do Clube dos 13 querem conversar com o magistrado para explicar a posição que será adotada pela entidade. “Querem falar comigo, mas o STJD decide terça-feira, haja o que houver. A palavra final é do tribunal. Eu já tenho minha opinião formada, mas só vou externá-la na terça-feira”, declara Zveiter.