Rio - Lá se vão 34 anos desde o dia em que Eurico Miranda assumiu seu primeiro cargo em São Januário. Em 1967, ele nada mais era do que um simples diretor de cadastros do clube. Quem poderia imaginar, naquela época, que, no início de um novo milênio, ele se tornaria deputado federal, presidente do Vasco e o dirigente mais influente do futebol brasileiro.
Mas ele chegou lá. Amado e odiado ao mesmo tempo, Eurico se tornou a das maiores figuras no cenário do futebol brasileiro, superando os craques da bola. É bem verdade que seu nome sempre esteve envolvido nas constantes confusões causadas pelos dirigentes. Mas os torcedores do Vasco não tinham do que reclamar. Afinal, Eurico não se cansa de repetir uma frase:
”Minha vida é o Vasco. Sou o deputado do Vasco.”
Na última sexta-feira, em reunião com o Conselho Deliberativo do clube, Eurico conseguiu centrar todas as forças do Vasco, se fortalecendo ainda mais.
”Todos sabem que tenho imunidade pelo Vasco, para o Vasco, e ninguém irá cassá-la”, disse ele para os conselheiros, os mesmos que no próximo dia 16 deverão aclamá-lo como o sucessor de Calçada na presidência.
Calçada, aliás, é como se fosse um segundo pai para Eurico. Uma cria que dará seqüência a um longo trabalho realizado.
”Só eu sei o que o Eurico fez pelo Vasco nos últimos anos – comentou Calçada. – Queremos que todos se unam em torno do clube”, pediu.
E que o pedido do ainda presidente seja mesmo atendido, porque as coisas não andam nada boas para o lado de Eurico. Ele está sendo ameaçado de perder o mandato de deputado federal e a imunidade parlamentar.
E seus desafetos políticos não se limitam ao governador Anthony Garotinho, a quem chamou de frouxo, incompetente e veado, após a suspensão do jogo decisivo contra o São Caetano, na final da Copa JH. Mas também são inimigos o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o presidente da Câmara, o deputado Michel Temer (PMDB-SP).