Porto Alegre - O Grêmio tratou de manter a informação em sigilo, certamente tentando evitar o inevitável assédio dos jornalistas. Coube a Assis, no entanto, romper o segredo ontem e confirmar para a tarde de hoje o primeiro encontro visando à renovação do contrato de seu irmão, Ronaldinho.
Assis não irá sozinho ao Estádio Olímpico. Junto com ele, estará o advogado Sérgio Neves, contratado para defender os interesses do jogador em uma cada vez mais provável discussão quanto ao direito sobre o passe.
Nas primeiras entrevistas, Neves deixou claro que Ronaldinho terá direito ao passe a partir de 15 de fevereiro, quando finaliza seu atual contrato.
Apontado como uma das maiores autoridades brasileiras em legislação esportiva, o vice-presidente de assuntos extraordinários do Grêmio, Jayme Eduardo Machado, mostra total segurança quanto aos direitos do clube. Diz que a lei em vigor é clara ao permitir que os clubes conservem o vínculo de jogadores com contrato encerrado. Ronaldinho assinou seu primeiro contrato, em 1998, em plena vigência dessa legislação.
O Grêmio já tem pronta a proposta para manter em Porto Alegre uma das maiores estrelas do futebol brasileiro. Está disposto a pagar a Ronaldinho R$ 250 mil mensais, abrindo a perspectiva de oferecer ao jogador 20% sobre o passe em caso de venda no primeiro ano e 40% no segundo. O próximo passo será estabelecer um valor relativo a luvas.
"Quem disser que R$ 250 mil não é um bom salário é louco, mas deixo essa questão para minha família resolver", disse Ronaldinho, ontem.
Ocupado com os detalhes relativos à festa de seus 29 anos, completados ontem, Assis disse que não pretendia tratar de assuntos mais sérios na tarde passada. Mas não se furtou a um comentário sobre a proposta do Grêmio, divulgada ontem por Zero Hora.
"É estranho que a proposta tenha chegado ao jornal antes de nos ser apresentada", disse o jogador, que tem contrato com o Corinthians até 31 de dezembro deste ano, revelando alguma contrariedade.
Assis confirma ter recebido várias consultas do Exterior sobre Ronaldinho. Mas negou de forma veemente a assinatura de um pré-contrato do irmão com o Paris Saint-Germain, da França. Nem mesmo uma proposta para que os dois irmãos joguem juntos no Grêmio está descartada.