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Nova geração quer derrubar elite do tênis
Domingo, 14 Janeiro de 2001, 11h27

Londres - Pete Sampras e Andre Agassi terão de se cuidar: as jovens estrelas do tênis preparam um ataque este ano para remover de vez a velha guarda do topo do ranking.

O número um do mundo, o brasileiro Gustavo Kuerten, o campeão do US Open, o russo Marat Safin, o jovem australiano Lleyton Hewitt e o sueco especialista em jogo de fundo de quadra Magnus Norman acreditam que é chegada a hora de varrer Agassi e Sampras e estabelecer uma nova ordem mundial.

O quarteto predador é ainda amparado pelo herói espanhol da Copa Davis Juan Carlos Ferrero, os alemães Tommy Haas e Nicolas Kiefer e o eslovaco Dominik Hrbaty, que já começam a bater na porta da elite do tênis.

Safin, 19, provou sua intenção de chegar ao topo ao derrotar Sampras na final do Aberto dos EUA do ano passado. Sampras ainda conseguiu se vingar em 2000, batendo o russo por 6-3 e 6-2 no Master Cup de Lisboa -sua vitória de número 700 em partidas de simples.

Mas, aos 29 anos, o campeão de Wimbledon admite que está ficando cada vez mais difícil superar a nova geração de ídolos. "À medida que você envelhece, vai ficando mais difícil competir no mesmo nível", disse Sampras, atual número 3 da Lista de Entrada.

"É por isso que tive muito tempo livre no final do ano passado. Eu me casei, fiz coisas que pessoas normais fazem, acordei na mesma cama por dias seguidos, para mudar um pouco, e acho que isso me fez bem."

O atual campeão do Aberto da Austrália, Andre Agassi, 30, está em situação semelhante. "O jogo ainda continua a me desafiar", declarou. "Vou seguir jogando enquanto puder competir no nível mais alto e sinto que estou fazendo justiça a mim e aos fãs."

Mas tanto Agassi como Sampras já dão sinais de sua idade. Gustavo Kuerten se mostrou forte demais para ambos na Masters Cup. Guga, de 24 anos, derrotou Sampras na semifinal e Agassi na final, conquistando o título que o alçou a primeiro do ranking -superando Safin por apenas 15 pontos.

O brasileiro, que no ano passado ganhou pela segunda vez o Aberto da França, em Roland Garros, tornou-se assim o primeiro tenista não-norte-americano a terminar o ano como primeiro do mundo desde o sueco Stefan Edberg, em 1991. É também o primeiro sul-americano a conseguir esse feito.

Entre as mulheres, as irmãs Williams também prometem dar trabalho às estrelas consagradas. Apenas a suíça Martina Hingis e a atual campeã do Aberto da Austrália, Lindsay Davenport, têm alguma esperança de barrá-las.

As irmãs americanas Venus e Serena já vêm declarando há anos seus sonhos de se tornarem número um e dois do mundo, e parecem quase invencíveis nos jogos de simples (elas vão muito bem nas duplas também).

Desde junho passado, ninguém consegue segurar Venus: ela venceu Wimbledon, o Aberto dos EUA e ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas de Sydney -tanto na competição individual quanto nas duplas, na qual levou outra medalha de ouro ao lado de Serena.

Reuters


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