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Roma passa o dia curtindo o seu gol
Segunda-feira, 22 Janeiro de 2001, 00h19

Rio - Quando chegou ao Rio, em 1997, com apenas 17 anos, ele ainda era Paulo Marcel Pereira, ou simplesmente Marcel, como era chamado por Dona Marneide, a mãe coruja que ficou sofrendo de saudades em Belém. Hoje, ele é Roma, apelido que ganhou dos companheiros do juvenil do Flamengo, graças à semelhança física com Romário. Entrar no time profissioanal já se tornou rotina e, no sábado, ele voltou a experimentar o sabor de marcar um gol. Desta vez, no entanto, ao chegar em casa, pôde comemorar com a família.

Além da mãe, a tia Eunice e o irmão Davi vieram do Pará passar as férias com o parente famoso. Hora de voltar a sentir o sabor do tempero caseiro. Na mesa do almoço, vatapá, mandioca e tucupi.

”Agora estou bem acompanhado. Quando cheguei, vivi dias de agonia, ficava com muita saudade. Na concentração, eu morava com Rocha, Alessandro e Reinaldo. Só podíamos receber ligações, e assim mesmo até às 18h. Eu gastava todo o meu dinheiro em cartões telefônicos para falar com o pessoal em Belém”, recorda Roma.

”Eu chorava todo dia em casa. Primeiro disse que ele só iria para o Rio jogar futebol quando estudasse. Ele passou no vestibular para engenharia e veio me dizer que tinha cumprido a parte dele no trato. Fiquei com o coração apertado, mas tive que deixar ele vir – diz Marneide, vestindo uma camiseta da torcida Fla Roma, criada pela própria família, com uma foto da capa do LANCE! do dia seguinte ao primeiro gol do atacante pelos profissionais”. Foi quando ele fez um gol no Chilavert, ano passado.

Roma chegou a cursar Processamento de Dados, na Faculdade da Cidade, e Direito, na Universidade Estácio de Sá. Ontem, um dia após o gol marcado contra o Olaria, ele viveu uma nova realidade. Deu entrevistas, tirou fotos e sentiu o despertar da fama. A maioria das ligações, aliás, vinham de Belém, onde ele recebe tratamento de ídolo.

”Isso não me assusta. Coloquei na cabeça que era exatamente o que eu estava buscando. Na última vez que fui a Belém, o assédio foi enorme. É gostoso”, diz Roma.

O gol contra o Olaria, para muita gente, foi parecido com o de Romário no primeiro jogo da final da Copa João Havelange, contra o São Caetano. Apenas mais uma semelhança.

”O pessoal do juvenil do Flamengo me colocou este apelido. Eu gostei, já que admiro muito Romário. Mas quero ter personalidade forte. Acho que fazendo gols pelo Flamengo a torcida vai esquecer a comparação e vai me ver como um jogador diferente de Romário”, sonha.

Para Roma, 2001 será o ano de sua consagração.

” Venho entrando no time aos poucos, mas estou determinado a fazer deste ano um marco na minha carreira. Meu papel é fazer gol e tento deixar sempre a minha marca.”

L!Sportpress


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