Porto Alegre - O técnico Tite, do Grêmio, declarou
depois do treino desta manhã que sua equipe estará classificada para a
próxima fase da Copa Sul-Minas se vencer o jogo de amanhã, no Olímpico,
contra o Coritiba.
”Tenho convicção de que o Atlético Mineiro não perde para o Atlético
Paranaense”, disse o treinador do Tricolor.
O Grêmio não tem possibilidade de chegar em primeiro no seu grupo, mesmo que
vença o Coritiba. Sua chance está em ser o melhor segundo colocado de todos
os grupos. Com 9 pontos, contra 10 do Atlético Paranaense, de nada lhe
adiantará vencer se o seu concorrente direto derrotar o Galo em Coritiba.
Tite não expôs as razões de sua confiança. Mas, com um sorriso, deu a
entender que considera o Galo superior ao Atlético Paranaense, mesmo sem
todos os titulares.
Contudo, o técnico do Tricolor confia mesmo é em sua equipe.
”Treinamos muito a bola alta em nossa defesa e acho que reduzimos o risco
de erro. Esse tem sido um dos nossos grandes defeitos”, disse Tite.
Sem Marinho, suspenso, o Grêmio terá uma dupla de zagueiros com menos de
1m80 - Mauro Galvão e Fabrício. Ambos, porém, mostraram ótimo entendimento e
senso de colocação nos treinos.
Eduardo Costa substituirá Vágner, também suspenso. Rodrigo Mendes recupera
posição no ataque depois cumprir punição automática - levando de volta à
reserva o ex-corintiano Luís Mário, de boa atuação contra o Figueirense.
O Grêmio já está escalado: Danrlei, Anderson, Fabrício, Mauro Galvão e
Rubens Cardoso; Polga, Eduardo Costa, Fábio Baiano e Zinho; Warley e Rodrigo
Mendes.
Considerado pelo técnico Carlos César, da Seleção Sub'20, como um dos
destaques da equipe campeã sul-americana, o volante Eduardo Costa voltará a
enfrentar amanhã aquela que costuma derrotá-lo: a torcida do Grêmio.
Eduardo, de 18 anos, foi escalado pelo técnico Tite no lugar de Vágner,
suspenso, para o jogo contra o Coritiba, pela Copa Sul-Minas.
No ano passado, tanto Emerson Leão quanto Antônio Lopes e Celso Roth
recorreram ao garoto algumas vezes, mas logo trataram de preservá-lo, ao
perceberem a má-vontade dos exigentes torcedores tricolores com Eduardo. Ele
não podia errar nenhum passe - as vaias vinham fortes.
Eduardo, porém, não alimenta nenhuma paranóia. Para ele, não havia nada de
pessoal nas vaias.
”Havia muita expectativa sobre mim”, explica o volante. “Eu era badalado,
por jogar nas seleções brasileiras amadoras. Então, quando eu errava, a
torcida se decepcionava e reagia vaiando.”
Eduardo acha mesmo que ele é que tinha a maior parte da culpa.
”Por ser muito jovem, eu era afoito. Queria resolver as coisas sozinho e
entrava atropelando, cometendo muitas faltas. Coisa de guri inexperiente,
que subiu direto dos juvenis para os profissionais.”
Mas ele avisa que a torcida verá um outro jogador amanhã, contra o Coritiba.
”Ganhei confiança na seleção. Aqui no Grêmio, o Tite e os colegas me
incentivam, dizendo que eu tenho qualidade, e que não preciso querer
resolver tudo numa só jogada.”