Porto Alegre - O advogado do ex-craque tricolor Ronaldinho, Sérgio Neves, se disse tranqüilo sobre o fato de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não ter emitido um atestado liberatório para Ronaldinho atuar no seu novo clube, o Paris Saint-Germain.
A CBF anunciou oficialmente, nesta quinta-feira, que todos os jogadores cujos contratos foram assinados antes do dia 26 de março mantém vínculo com os clubes contratantes. Este é exatamente o caso de Ronaldinho em relação ao Grêmio, que reivindica na Justiça o direito de ser ressarcido pela transferência do jogador, defendendo que ele ainda lhe pertence.
“Esta questão estava prevista. Os tribunais já têm considerado o passe inconstitucional, portanto não há direito adquirido dos clubes em relação aos jogadores, mesmo neste caso. Esta resolução da CBF pode ser questionada, pois se trata de uma entidade que representa os clubes, parte interessada no assunto”, disse Neves.
O advogado de Ronaldinho defende que a decisão definitiva sobre a liberação do jogador será tomada pela Fifa, independente da posição adotada pela CBF. Segundo Sérgio Neves, está havendo uma “pressão abusiva e repressiva em cima do atleta”, demonstrando a “mentalidade retrógrada que existe no Brasil”.
“A tendência de liberação dos jogadores é universal”, afirmou.
A estréia de Ronaldinho no PSG já foi anunciada pela direção do clube francês – apesar da liminar obtida pelo Grêmio que prevê o pagamento de indenização de R$ 84 milhões caso o atleta atue por qualquer outro time. Ronaldinho deverá jogar uma partida amistosa dia 7 de maio contra o Benfica, quando assinaria o contrato definitivo com o clube. Tanto Neves como o vice Jurídico do Grêmio, Homero Bellini Jr., acreditam que a Fifa só deverá se pronunciar sobre o assunto em julho.
Neves garante que seu cliente realmente assinou um pré-contrato com o PSG, mas pediu mais cinco dias para apresentar o documento à Justiça – conforme o Grêmio solicitou.