São Paulo - A disputa entre Palmeiras e Cruzeiro no Parque Antarctica, nesta quarta-feira, às 19h30min, não será apenas no gramado. Sentados no banco, dois velhos amigos também estarão travando um duelo tático que promete ser emocionante. Celso Roth e Felipão se conhecem bem. Foi o técnico do Cruzeiro quem orientou Roth quando ele tinha 30 anos e começava sua carreira como preparador físico no Grêmio.
Juntos no time gaúcho, em 1987, os dois conquistaram o campeonato estadual. Foi o primeiro título de Felipão. No ano seguinte, viajaram para o Kuwait, onde Roth deu seus primeiros passos como técnico. “Não acho que o fato de termos trabalhado juntos seja vantagem para nenhum dos dois. Assim como eu conheço o modo como ele trabalha, ele também conhece o meu”, opina o treinador do Verdão.
As diferenças entre os métodos dos dois são muito pequenas. Ambos valorizam o trabalho e a disciplina nos treinos. Quem trabalhou com eles confirma a semelhança. “Eles dão treinos muito parecidos. Fazem preleções longas, analisam os adversários, jogador por jogador, estudam teipes. Só tem uma diferença: a personalidade. Enquanto Felipão é "pavio-curto", o Roth é mais calmo”, compara o goleiro Marcos.
E dentro de campo, comandando suas equipes, ambos seguem a mesma linha. Seguem a linha da escola gaúcha, que prima pela marcação e "pegada". Fora também são quase iguais. Não é só o estilo de trabalho que Roth aprendeu com o antigo chefe. O técnico cultiva um bigode grosso, anda com o boné enterrado na cabeça e responde de modo direto, curto e grosso, exatamente como Felipão.