São José do Rio Preto, SP - Ele é o atacante do atual elenco corintiano com o maior número de partidas na temporada e participou da jogada que talvez tenha sido a mais importante do Corinthians em 2001: o drible que deixou o santista André Luís no chão e a rolada de bola para Ricardinho marcar o gol que classificou a equipe para a decisão do Paulistão nos últimos segundos.
Mas nem assim o garoto Gil, de 20 anos, consegue escapar do rótulo de talismã e, domingo, na primeira semifinal da Copa do Brasil contra a Ponte Preta, ele deve voltar ao banco de reservas em São José do Rio Preto.
No treino coletivo de sexta-feira, realizado no estádio Benedito Teixeira, o técnico Wanderley Luxemburgo armou o time mesclando, no ataque, a juventude de Ewerthon – 19 anos – e a experiência de Müller – 35 – que não pôde ser inscrito para as semifinais do Campeonato Paulista e teve sua participação no primeiro semestre restrita ao torneio nacional. “O Gil é bastante veloz, mas o Müller é mais experiente e faz o jogo ter velocidade com seus toques rápidos”, explica Luxemburgo.
Gil, como na maioria das vezes, vai ficar guardado para o segundo tempo, quando deve entrar em campo e dar novo gás ao time. Durante a atual temporada, o jogador tem sido a melhor alternativa de mudança com a bola rolando do treinador corintiano. Dos 26 jogos que Gil fez até agora, só começou 12 como titular. “O técnico não precisa me dar explicações por eu estar indo para o banco. Sei que o elenco tem outros jogadores, como o Müller, e tenho de respeitar”, fala Gil, que não esconde o desejo de ser titular.
Apesar de usar um discurso mais defensivo, o garoto não quer saber dessa história de ser um eterno talismã, aquele amuleto que entra no decorrer da partida para tentar solucionar os problemas. “Não sou jogador só de segundo tempo. Sei que posso ser titular e vou provar isso. Estou crescendo aos poucos e sei que as coisas vão acontecer no momento certo”, completa Gil.