São Paulo - Para abraçar a chance Celso Roth chegou desacreditado ao Parque Antártica e ainda sofre com a desconfiança da torcida. Mas, dentro de campo, apesar da falta de títulos, o aproveitamento é quase igual ao de Luxemburgo.
Celso Roth quase levou o Palmeiras à final da Libertadores. A boa campanha que fez no torneio serviu, pelo menos, para o técnico manter o emprego, mesmo sem contar com o apoio de grande parte da torcida e sem conquistar um título.
Apesar disso, Roth já faz história no Parque Antártica: é o segundo técnico mais eficiente do clube desde 1992, quando o contrato de co-gestão com a Parmalat foi firmado.
Desde a chegada da Parmalat, oito técnicos dirigiram o Palmeiras . O melhor desempenho foi o de Wanderley Luxemburgo, com 228 jogos e seis títulos (três Paulistas, dois Brasileiros e um Rio-São Paulo). Foram 147 vitórias, 46 empates e 35 derrotas (71,2% de aproveitamento com a vitória valendo três pontos) nas duas vezes que passou pelo clube, entre abril de 1993 e dezembro de 1994 e entre novembro de 1995 e dezembro de 1996.
Em seu encalço está Roth, que até agora ganhou 68,3% dos 60 pontos disputados. Nas 20 partidas em que dirigiu o Palmeiras, o clube somou 41 pontos, com 12 vitórias, cinco empates e apenas três derrotas.
Luiz Felipe Scolari, o técnico que levou o time ao inédito título da Libertadores, em 1999, é apenas o sexto colocado na lista de aproveitamento de pontos. Em 254 jogos, ganhou 127, empatou 64 e perdeu 63, somando apenas 58,4% dos pontos. Mesmo assim, com Felipão o Palmeiras chegou a nove finais, o maior número da Era Parmalat.
Na sexta, os jogadores entraram em férias. No dia 2 de julho, voltam a treinar para, no dia 24 de julho, estrear na Copa Mercosul. Se vencer esse jogo e o próximo, Roth iguala seu desempenho ao de Luxemburgo.
Sempre que foi pressionado pela torcida, Roth usou como defesa os resultados dentro de campo. No último dia de trabalho no primeiro semestre, ele desabafou. "Não estou preocupado em provar mais nada. Tenho de continuar a fazer meu trabalho e só. Os números estão aí para provar se sou bom ou não", afirmou, confiante de que, em breve, será o melhor treinador dos últimos nove anos do Palmeiras.